Exportação de arroz requer atenção a requisitos de qualidade e prazos de pagamento
Federarroz alerta que a exportação de arroz em casca cresce na América Latina, mas exige padrões rígidos de qualidade e atenção aos prazos de entrega e pagamento
Exportações de arroz ganham força na América Latina e exigem padrão mínimo de 56% de grãos inteiros e até 2% de impurezas.Foto: Paulo Rossi / Divulgação
A procura internacional por arroz em casca vem crescendo, sobretudo em países da América Latina. Esse movimento reforça a qualidade do produto brasileiro e sua conformidade fitossanitária. Além disso, a América Central permanece como principal destino das cargas. Conforme a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), o avanço das exportações gera empregos e renda nas regiões produtoras, como o Rio Grande do Sul. Também contribui para a gestão do excedente de estoques, o que ajuda a sustentar os preços internos.
O presidente da entidade, Denis Dias Nunes, lembra que o estado é o maior produtor do Brasil e responde por 70% da oferta nacional. No entanto, ele observa que o setor ainda enfrenta desafios relevantes, como a volatilidade dos preços, os custos logísticos e os entraves estruturais. Por isso, segundo Nunes, o segmento precisa manter foco constante em inovação, sustentabilidade e abertura de novos mercados. Ele reforça que o bom desempenho nas exportações confirma o potencial do agronegócio brasileiro e sua importância para a segurança alimentar mundial.
Corretoras e padrões de qualidade são pontos decisivos
Para exportar, porém, o produtor deve seguir alguns cuidados essenciais. O diretor Técnico de Mercado, Política Agrícola e Armazenagem da Federarroz, Juandres Hörbe Antunes, explica que o primeiro passo é buscar uma corretora de confiança. Empresas experientes dão suporte à negociação e oferecem mais credibilidade no processo de exportação.
Outro fator decisivo envolve os parâmetros de qualidade exigidos pelo mercado externo. Antunes reforça que o produto precisa apresentar mais de 56% de grãos inteiros e, no máximo, 2% de impurezas. Embora haja pequenas tolerâncias, ele destaca que o ideal é sempre atender ao padrão solicitado, até porque o comprador busca o arroz brasileiro justamente por sua alta qualidade. Além disso, o produto deve manter 13 pontos de umidade, critério considerado essencial nos contratos.
Exportação exige atenção ao prazo de entrega e ao fluxo de caixa
Segundo Antunes, também é fundamental compreender que a exportação possui um “timing” próprio. Os contratos estipulam prazos específicos tanto para a entrega quanto para o pagamento. A maioria das empresas trabalha com cinco dias úteis, enquanto outras adotam até 72 horas após o descarregamento. Assim, é importante analisar o contrato com atenção e conversar detalhadamente com a corretora. Dessa forma, o produtor evita surpresas e consegue planejar melhor o próprio fluxo de caixa.
Ele lembra ainda que os contratos de exportação são diferentes daqueles realizados com a indústria local. Muitas vezes, no mercado interno, o pagamento ocorre logo após o caminhão sair da propriedade, o que não se repete necessariamente nas operações internacionais.
