O Relatório de Mercado Focus, divulgado hoje pelo Banco Central (BC), trouxe manutenção no cenário da moeda norte-americana em 2022 e 2023. A estimativa para o câmbio este ano continuou em R$ 5,20, ante R$ 5,09 um mês antes. Para 2023, também permaneceu em R$ 5,20, de R$ 5,10 quatro semanas atrás.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
IPCA/INFLAÇÃO
Os economistas do mercado financeiro continuaram a prever deflação de 0,65% no IPCA - índice oficial de inflação - de julho, conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado pelo Banco Central hoje. Um mês antes, o porcentual projetado era de alta de 0,06%.
Para agosto, com a queda da gasolina nas refinarias anunciada na semana passada pela Petrobras, a projeção de IPCA no Focus cedeu de alta de 0,05% para recuo de 0,11%, ante avanço de 0,18% há quatro semanas. Para o índice de setembro, a estimativa de aumento continuou em 0,50%, contra 0,47% de um mês antes. Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses acelerou, de alta de 5,38% para 5,52% de uma semana para outra - há um mês, estava em 5,45%.
SELIC/JUROS
A poucos dias do Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto, que ocorre amanhã (2) e quarta-feira (3), a projeção para a Selic - a taxa básica de juros - no fim deste ano continuou em 13,75% (6ª semana seguida) no Relatório de Mercado Focus. Há um mês, o porcentual já era de 13,75%. Mas, considerando apenas as 86 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o juro básico no fim deste ano subiu de 13,75% para 14,00% em meio à deterioração ininterrupta das expectativas de inflação para o ano que vem, atual foco da política monetária.
No caso de 2023, a mediana para Selic no fim do ano avançou de 10,75% para 11,00%, de 10,50% quatro semanas antes. Contando apenas as 85 revisões feitas nos últimos cinco dias úteis, a projeção também subiu de 10,75% para 11,00%, seguindo a sinalização do Banco Central de juros restritivos por mais tempo. No Copom de junho, a Selic subiu de 12,75% para 13,25% e o colegiado indicou novo aumento de igual ou menor magnitude (0,50pp) para a reunião deste mês. Além disso, na ata, o colegiado sinalizou que a Selic deve ficar em patamar "significativamente" contracionista por período maior do que projetava na época o mercado, com o objetivo de que a inflação de 2023 convirja para o "redor da meta", que é de 3,25%.
Conforme o Boletim Focus, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, de 7,75% há um mês. Já a mediana para o fim de 2025 foi mantida em 7,50%, repetindo a taxa de quatro semanas antes.