Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) devem seguir firmes neste mês, sustentados pelo balanço apertado do cereal nos Estados Unidos, decorrente de uma produção 20% menor nesta safra no país e fatores do mercado global, aponta o Itaú BBA em relatório mensal. O banco pontuou que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu sua estimativa para a produção norte-americana na temporada 2022/23 em 1%, a 364,7 milhões de toneladas e, também, para o estoque final do cereal, em 5,6%, a 35,3 milhões de toneladas.
A instituição financeira lembrou, além disso, que houve corte na projeção de safra global em 2022/23, para 1,180 bilhão de toneladas, ainda que com "surpreendente" aumento da estimativa para a safra ucraniana em 5 milhões
de toneladas. "Não se pode perder do radar que uma continuidade do clima seco e quente tanto em parte do Corn Belt (Cinturão de Grãos nos EUA) quanto na Europa poderá reduzir ainda mais a oferta de grãos no mundo. No entanto, caso
observemos um fluxo maior de milho e trigo saindo da Ucrânia, as cotações poderão apresentar algum arrefecimento adicional", disse o Itaú BBA no relatório.
No Brasil, o banco enxerga tendência de "alguma queda" dos preços do milho nos próximos meses, com o aumento da disponibilidade da segunda safra da cultura, mas os valores não devem se descolar do valor da paridade de exportação.