O mercado do milho opera com ganhos acentuados nesta manhã, mais 18 cents, a U$ 6,18/setembro. Ontem, houve alta de 7,5 pontos. O tom positivo é atribuído à melhora do humor dos mercados globais, com menor aversão ao risco e aos sólidos ganhos nos preços do trigo. Contudo, o foco central passa a ser o comportamento do clima norte-americano, que volta a ser alvo de muitas especulações sobre o retorno do tempo quente e seco na segunda quinzena de julho.
– Depois de perdas acentuadas e de ter voltado aos patamares anteriores à guerra, os preços do passam a se firmar novamente devido às incertezas sobre o escoamento do produto ucraniano. De acordo com a agência francesa Agritel, a produção de trigo na Ucrânia é esperada em 21,8MT, queda de 32% em relação à temporada anterior. Também contribuem para a precificação do trigo as previsões de tempo seco em partes da Austrália – que pode chegar a ser o segundo maior exportador mundial de trigo neste ano, atrás da Rússia.
– As previsões climáticas para os EUA apontam para o retorno de baixo volume de chuvas e calor acima da média para alguns estados, como Kansas, Nebraska e Indiana. Contudo, algumas áreas do cinturão receberam boas precipitações, com temperaturas abaixo dos patamares de estresse para a reprodução de soja e milho.
– Em novo levantamento, divulgado há pouco, a CONAB estima a produção brasileira de milho em 115,7MT, sendo 24,8MT na 1ª safra, 88,5MT para a safrinha e 2,4MT para a terceira safra. A nova projeção é ligeiramente superior aos 115,2MT do mês anterior, atribuído aos melhores rendimentos observados com o avanço da colheita.
– No MT, relatos vindos do campo apontam para atraso na colheita. Isto se deve à falta de espaço para estocagem, diante das dificuldades no escoamento, bem como aos altos volumes de soja ainda nos silos. Com fretes mais caros, baixo volume de negócios antecipados e preços sob pressão, a comercialização está lenta e os armazéns permanecem lotados.
– Internamente, o mercado segue lento, com recuo dos compradores; mas, os atuais níveis de preço também afugentam os ofertadores. O avanço da colheita, combinado com menor volume de vendas antecipadas (contratos a termo) acaba por acumular pressão sobre os preços. As atenções também estão voltadas para o comportamento do câmbio e da CBOT que, juntamente com os prêmios nos portos, formam o preço de exportação. Os níveis de paridade externa devem dizer muito sobre o comportamento dos preços domésticos.
– Indicações de compra na faixa entre R$ 81,00/83,00 no oeste do estado; em Paranaguá, entre R$ 85,00/88,00 – dependendo de prazos de pagamento e, no interior, também da localização do lote.
– CÂMBIO – Opera em queda neste momento, a R$ 5,36. Ontem, fechou em R$ 5,422