Bolsa de Chicago inicia manhã de terça-feira com perdas na soja
As atenções estão voltadas para as previsões climáticas no Meio Oeste, onde a safra deste ano acaba de ser semeada
O primeiro pregão da semana na Bolsa de Chicago (ontem foi feriado nos EUA) registra perdas no soja; neste momento a queda é de 20 cents, a U$ 16,81/julho, segundo informações da corretora Granoeste, de Cascavel/PR. As atenções estão voltadas para as previsões climáticas no Meio Oeste, onde a safra deste ano acaba de ser semeada. As condições gerais são favoráveis para o desenvolvimento inicial das lavouras, mas já existem bolsões com baixa umidade e o verão promete ser de intenso calor.
"Os mercados vivem dias de muito estresse. Os investidores buscam ativos mais seguros, fugindo de investimentos de risco. Na esteira deste processo, e ajudado pela alta dos juros, o dólar está ganhando força, encarecendo os produtos importados nesta moeda", afirma Camilo Motter, analista da Granoeste. Segundo ele, logo mais no fim da tarde, o USDA irá atualizar as condições das lavouras. "Na última semana, 70% das lavouras eram consideradas boas/excelentes, ante 62% de um ano atrás. No próximo dia 30 o USA irá divulgar o relatório final de plantio; o mercado desconfia que a área ficará menor do que os 36,83MH imaginados em fins de março", informa o analista.
Paralelamente, o mercado monitora as nuances do apetite chinês por soja. Apesar de ser um produto de demanda inelástica (ou seja, a variação do preço tem pouco efeito sobre os níveis de consumo em razão de sua extrema necessidade), sempre existe algum espaço para substituição com produtos concorrentes e certa redução em seu uso.
Na Argentina, o governo aumentou o uso de biodiesel, numa tentativa de suprir a falta de diesel no país. Haverá cortes nas exportações do produto. Nos últimos anos, a Argentina se estabeleceu como o maior país exportador de óleo de soja, com cerca de 6,0MT anuais; é também o maior exportador de farelo, com 28,0MT ao ano.
As exportações brasileiras de soja chegam a 5,62MT nas três primeiras semanas de junho, informa a Secex. Até aqui, na temporada, iniciada em fevereiro, o volume alcança 46,4MT, ante 56,5MT do mesmo intervalo do ano passado. As compras de soja brasileira por parte da China caíram em maio no comparativo com o mesmo mês do ano passado, foram 7,8MT contra 9,2MT – informa o Serviço Alfandegário Chinês.
Internamente, o mercado se mantém calmo; porém, em muitas regiões ocorrem vendas para desocupar unidades armazenadoras para acomodar a safra de milho, cuja colheita já está em andamento. A taxa de câmbio segue dando bom suporte; já, as cotações externas pressionam a formação do preço. Os prêmios perderam força nos últimos dias e são indicados na faixa entre 90/100 cents.
Indicações de compra entre R$ 190,00/192,00 no oeste do estado; entre R$ 198,00/200,00 em Paranaguá – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local de embarque.
