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Mercado do algodão sobe em NY com expectativa de encontro entre EUA e China

Mercado do algodão encerra outubro em alta com expectativa de encontros comerciais internacionais e fundamentos técnicos positivos.

Mercado do algodão sobe em NY com expectativa de encontro entre EUA e China

Cotação do algodão mantém sequência de altas e reflete otimismo cauteloso com o cenário comercial internacional. Foto: Canva

Foto do autor Redação RuralNews
02/11/2025 |

O mercado do algodão encerrou outubro em alta em Nova York, acumulando cinco sessões consecutivas de valorização até 30 de outubro. O movimento refletiu a expectativa em torno do encontro entre Estados Unidos e China, realizado na Coreia do Sul. Embora o tom tenha sido mais diplomático, o encontro não trouxe anúncios concretos. Portanto, investidores seguem cautelosos, aguardando sinais claros sobre a política comercial global.

O contrato de dezembro de 2025 fechou cotado a 65,12 U$c/lb, alta de 1,6%, enquanto o contrato de dezembro de 2026 encerrou a 68,70 U$c/lb, avanço de 0,8%. Além disso, tecnicamente, o mercado mantém tendência positiva. O contrato de dezembro se sustentou acima de 64 c/lb, cerca de 100 pontos acima da semana anterior.

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O índice Cotlook A, referência do algodão posto na Ásia, atingiu 77,4 c/lb, o maior nível desde setembro. Esse aumento indica pedidas mais firmes no Extremo Oriente. Consequentemente, os prêmios das origens produtoras se mantêm.

Nos Estados Unidos, a inflação abaixo do esperado fortaleceu apostas de corte de juros pelo Federal Reserve, reduzindo o custo de carregamento e favorecendo a recomposição de estoques. Além disso, as fiações aproveitaram os preços ainda atrativos para garantir volumes imediatos, sustentando negócios de curto prazo.

Produção global e comércio internacional

A produção global de algodão em 2025/26 deve atingir 25,75 milhões de toneladas, ainda acima do consumo estimado em 25,41 milhões, projetando aumento dos estoques mundiais. Por outro lado, o World Bank Commodity Markets Outlook prevê queda de 7% nos preços das commodities em 2025, seguida de nova retração de 7% em 2026.

Nos Estados Unidos, a colheita avança sem grandes prejuízos. A expectativa de produção é de 3 milhões de toneladas. Entretanto, o governo permanece em shutdown desde 1º de outubro. Os escritórios do FSA operam com equipe mínima e sem previsão para pagamentos de subsídios. Dessa forma, a Cotlook revisou a produção americana para 2,92 milhões de toneladas. O atraso de 25% na classificação se deve a condições climáticas e infestações.

Na China, a produção está estimada em 7,28 milhões de toneladas, crescimento de 9,2% em relação à safra anterior. Além disso, a área plantada chega a 2,99 milhões de hectares. O consumo estimado é de 8,1 milhões de toneladas, mantendo estoques finais em 10,11 milhões de toneladas.

Em Bangladesh, as importações em setembro somaram 152,2 mil toneladas, maior volume desde junho de 2024. O Brasil se destacou como principal fornecedor, com 29% das compras, seguido pela Zona Franca Árabe (23%) e Austrália (18%). No acumulado de dois meses da safra, as importações somaram 285,3 mil toneladas, redução de 4% frente a 2024.

O Paquistão estima produção de 1,16 milhão de toneladas, abaixo da meta inicial de 1,73 milhão.

Participação brasileira e iniciativas de mercado

O Brasil manteve presença relevante em eventos internacionais. Na ITMF Annual Conference e na IAF World Fashion Convention, a visão apresentada destacou inovação, qualidade, regularidade no fornecimento e sustentabilidade do algodão brasileiro.

Na ITMA Asia + CITME, o Cotton Brazil reforçou sua imagem no mercado global. Foram lançados o Knowledge Hub, plataforma interativa com informações técnicas, educacionais e de mercado, e o novo portal de relatórios HVI, que fornece dados detalhados de qualidade da fibra brasileira às fiações.

Durante o Congresso Internacional da Abit, o movimento Sou de Algodão anunciou a Política de Adesão SouABR, reforçando o compromisso com responsabilidade socioambiental e rastreabilidade do algodão brasileiro.

Além disso, as exportações brasileiras atingiram 255 mil toneladas nas quatro semanas de outubro, com média diária 10,9% maior que em outubro de 2024. Até 30 de outubro, o beneficiamento da safra 2024/25 alcançou 63,67% do total do país. Paraná e São Paulo já concluíram o processo, enquanto Goiás, Piauí e Minas Gerais registram índices acima de 90%.

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Editor RuralNews
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TAGS: #Mercado do algodão # NY
# Expectativa # EUA # China # Encontros comerciais
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