Região dos Campos de Cima da Serra deve ter safra de pinhão maior neste ano

Estimativas iniciais da Emater-RS/Ascar na região indicam aumento na produção de até 20%
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Publicado em 05/04/2024

Com a colheita e venda do pinhão liberada desde a última segunda-feira, a semente já começa a ser ofertada. A Serra Gaúcha é a maior produtora de pinhão no Estado, especialmente as regiões dos Campos de Cima da Serra e Hortênsias, onde o produto é importante na formação da renda ou mesmo no sustento das unidades de produção familiares que trabalham com o extrativismo da semente.


Estimativas iniciais da Emater-RS/Ascar na região indicam aumento na produção de até 20% nos Campos de Cima da Serra
Estimativas iniciais da Emater-RS/Ascar na região indicam aumento na produção de até 20% nos Campos de Cima da Serra

Conforme levantamento realizado pelos extensionistas da Emater/RS-Ascar, assim como ocorreu em anos anteriores, a produção de pinhão na região da Serra Gaúcha em 2024 deverá apresentar variações significativas entre os municípios. As estimativas iniciais apontam para uma safra semelhante à do ano passado ou entre 10% a 20% maior na região dos Campos de Cima da Serra.
O município de São Francisco de Paula, maior produtor do RS, com produção em anos normais estimada em 120 toneladas, neste ano deve colher aproximadamente 84 toneladas. Isso representa um aumento de 20% em relação à safra do ano passado (70 toneladas), mas ainda inferior à produção de referência, e 170 famílias envolvidas na atividade. A maior produção, neste ano, deverá ser em Muitos Capões, chegando a 110 toneladas (aumento de 10% em relação a 2023) e 70 famílias envolvidas.

A atividade é representativa ainda em Monte Alegre dos Campos, Jaquirana, Pinhal da Serra, São José dos Ausentes e Vacaria. O pinhão se destaca também na região de Gramado, Canela e Nova Petrópolis, onde se integra à cadeia do turismo. Por ser uma atividade geralmente realizada na informalidade, não é possível precisar a quantidade produzida.
Em Gramado e Canela, na região das Hortênsias, observa-se uma redução de 15 a 30% comparativamente à safra passada. Conforme a engenheira florestal Adelaide Ramos, extensionista da Emater/RS-Ascar, isso se deve às condições climáticas ocorridas no período de reprodução e desenvolvimento do pinhão, especialmente as estiagens que vêm se repetindo nos últimos anos, e as chuvas excessivas no final do inverno e primavera, aliadas à alternância de produção, que é uma característica da espécie, que apresenta pico de produção a cada três anos.

Na região da Serra Gaúcha, as variedades mais precoces estão em fase de maturação e debulha, e as mais tardias em desenvolvimento da semente. As pinhas e os pinhões apresentam boa qualidade e sanidade e tamanho mediano.Toda a colheita é manual e a cadeia produtiva apresenta poucas iniciativas de beneficiamento, industrialização e armazenamento, concentrando-se a comercialização no período que vai de abril a junho.

O preço mínimo pago para o extrativista de pinhão neste ano, conforme a Portaria do Mapa (nº 41, de 29/12/23), é de R$ 3,79 0 quilo.
A colheita, o transporte, a comercialização e o armazenamento do pinhão no RS, com base na Lei Estadual nº 15.915/2022, iniciaram em 1° de abril. Essa Lei estabelece que somente poderão ser colhidos pinhões com características de maturação, estado deiscente com coloração verde-amarelada ou marrom típica. A Araucaria angustifolia, como é conhecido popularmente o pinheiro-brasileiro, de acordo com o Decreto Estadual nº 52.109/2014 e a Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção – atualizada pela Portaria MMA Nº 148/2022 –, encontra-se ameaçada de extinção. Também, conforme consta na legislação, é proibido o corte da Araucaria angustifolia nativa, portadoras de pinhas, nos meses de abril, maio e junho.

A legislação vigente sobre a colheita do pinhão tem como objetivo conciliar a proteção e a reprodução da espécie, garantir a alimentação da fauna que vive nos remanescentes da floresta com Araucária e a geração de renda das famílias envolvidas na cadeia produtiva. A cadeia produtiva do pinhão apresenta poucas iniciativas de beneficiamento, industrialização e armazenamento, o que restringe a sua comercialização, principalmente nos meses de produção, ou seja, de abril a junho, mas, em algumas regiões, onde há variedades tardias, é possível encontrar, em pequena escala, pinhão em agosto e, por vezes, em meados de setembro.

Estimativa de produção nos municípios maiores produtores:
São Francisco de Paula

Estimativa de produção safra 2024 (toneladas): 84

Nº de famílias envolvidas: 170

Muitos Capões

Estimativa de produção safra 2024 (toneladas): 110

Nº de famílias envolvidas: 70

Cambará do Sul

Estimativa de produção safra 2024 (toneladas): 60

Nº de famílias envolvidas: 100

Bom Jesus

Estimativa de produção safra 2024 (toneladas): 45

Nº de famílias envolvidas: 120

Esmeralda

Estimativa de produção safra 2024 (toneladas): 60

Nº de famílias envolvidas: 30






Estimativas iniciais da Emater-RS/Ascar na região indicam aumento na produção de até 20% nos Campos de Cima da Serra

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