Municípios do litoral gaúcho sofrem com ataques de mosquito-pólvora

Inseto se desenvolve em materiais orgânicos em decomposição, como caules de bananeira e esterco animal
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Publicado em 04/04/2024

O Rio Grande do Sul aparece em 13º lugar na produção de bananas, com uma produção de 114.651 toneladas/ano para o período de 2020 a 2022, conforme dados do Atlas Sócioeconômico do Rio Grande do Sul. No Estado, os municípios com maior produção da fruta estão localizados na região do Litoral Norte.

São dez municípios, todos com valores médios acima de mil tonelada/ano, no triênio 2020/2022: Três Cachoeiras, Morrinhos do Sul, Mampituba, Terra de Areia, Dom Pedro de Alcântara, Três Forquilhas, Maquiné, Torres, Itati e OsórioO cultivo de bananas, a principal atividade econômica desses municípios, está relacionada com os ataques de um inimigo quase invisível que tem preocupado os moradores da região e ameaça colapsar o sistema de saúde de ao menos 11 cidades. A praga está sendo chamada popularmente de mosquito-pólvora, por ser tão pequena e de coloração preta.“
Ações de controle populacional dos mosquitos-pólvora em bananais
Ações de controle populacional dos mosquitos-pólvora em bananais

Todo ano parece que está aumentando e ele está se alastrando mais”, disse ao portal G1 a secretária da Saúde de São Pedro de Alcântara, Janaína Schwank. “Nós não estamos mais aguentando. A população está em estado de calamidade, porque a gente não pode mais abrir uma casa, a gente não pode mais sair na rua”, reclamou o produtor rural Robis Behenck.O mosquito-pólvora, também conhecido como maruim, é uma espécie de inseto culicóide, transmissor de viroses. O inseto se reproduz principalmente nas plantações de banana, que existem em todos os municípios infestados no Estado.
A larva do inseto gosta de ambientes úmidos, como as folhas das bananeiras que ficam pelo chão, além do tronco das plantas. O inseto também se desenvolve em esterco animal e produção de hortaliças, entre outros ambientes.A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Defesa Vegetal, tem desenvolvido ações para mapear a infestação do mosquito-pólvora. “O litoral gaúcho, por ser uma região produtora de banana, tem sido afetado por uma infestação desse inseto que vem causando muito incômodo à população.

Trata-se de infestação significativa e fora do padrão normal, que vem ocorrendo na maioria dos municípios litorâneos”, explica o fiscal estadual agropecuário Alonso Duarte de Andrade.O profissional diz que a defesa agropecuária está avaliando quais fatores têm provocado a explosão populacional do mosquito-pólvora, verificando possibilidades como manejo incorreto, desequilíbrio ambiental ou mudança climática. “Por isso é importante implantarmos todas as ferramentas do manejo integrado, para que a gente não deixe essa população crescer desproporcionalmente e migrar para outras regiões do Estado”, complementa.
As ferramentas do manejo integrado de pragas, que vêm sendo utilizadas pela Seapi, envolvem os controles biológico, hormonal, comportamental, cultural e, caso necessário, o controle químico dos insetos. “O objetivo é impedir o uso indiscriminado de defensivos, o que reduziria os inimigos naturais dos mosquitos e aumentaria o desequilíbrio”, alerta Andrade.Reuniões com sindicatos - Nesta semana, os servidores da Seapi participaram de reunião com os presidentes dos sindicatos dos trabalhadores rurais de 19 municípios da região litorânea.

“Debatemos a situação atual e propusemos medidas em conjunto para orientar os produtores da região, incluindo ciclos de palestras que serão ministradas pela defesa agropecuária do Estado”, informa o fiscal.Dentre as medidas já adotadas pela Secretaria da Agricultura, destacam-se as parcerias com os escritórios locais da Emater/RS-Ascar e com a 18ª Coordenadoria da Saúde do Estado.

“A Emater tem auxiliado nas ações de controle populacional do mosquito. Já a Coordenadoria de Saúde se disponibilizou para trabalhos em conjunto com a Seapi, participando de palestras, entrevistas a rádios e jornais locais, além de envolver seus agentes de saúde para orientar e divulgar ações protetivas para as populações humanas afetadas”, conclui Andrade.



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