Depois dos sólidos ganhos, na faixa de 25 cents, apurados na primeira sessão da semana, o mercado de soja volta ao campo negativo, a Bolsa de Chicago (CBOT), iniciou a manhã de terça-feira, 31/01, registrando queda de 5 cents, a U$ 15,30/março.
O analista de mercado Camilo Motter da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR, relata que depois de altas expressivas, o mercado sempre fica sujeito à realização por parte de fundos e investidores. Além disto, os principais ativos financeiros, bem como os mercados de commodities, notadamente o petróleo, se apresentam em queda nos centros mais ativos de negociação. A valorização do dólar, diante da perspectiva de elevação dos juros norte-americanos, é outro ponto que pressiona os preços, uma vez que torna mais caro os produtos cotados nesta moeda.
Motter destaca que por outro lado, os boletins climáticos mantêm a perspectiva de tempo quente e seco para extensas áreas de cultivo da Argentina. O corte da oferta global, com destaque para as perdas na Argentina e em pontos do Paraguai e do Rio Grande do Sul, é o principal fator de sustentação dos preços no patamar de U$ 15,00. Se a evolução da safra transcorresse dentro da normalidade, com produção plena, os preços tenderiam para patamares na casa dos U$ 13,00 em Chicago.
Ontem, o USDA informou que, na última semana, foi inspecionado o embarque de 1,86MT, elevando o total da estação para 36,0MT, ante 36,5MT do mesmo intervalo do ciclo passado.
Apesar de atrasos, sobretudo no Centro-Oeste, por causa do excesso de chuvas, a colheita da safra brasileira vai avançando. Até o último fim de semana estava em 4,5%, ante 11,5% da mesma época do ano passado e 6,2% de média – segundo Safras & Mercado. Na medida em que a colheita avança, o preço dos fretes vai se firmando e ajuda a pressionar as indicações de compra na origem.
Paralelamente, com a entrada de safra, o analista ressalta que é comum que os prêmios percam força e, neste ano, tiveram queda vertiginosa desde o final do ano passado. Além disto, o câmbio se mantém relativamente acomodado há alguns dias. Dentre as diversas variáveis que formam o preço da soja brasileira, apenas a cotação na bolsa norte-americana tem sido fator positivo, ultimamente. Prêmios, câmbio e fretes, todas são variáveis que estão pressionando os preços.