Commodities
Olá amigos, no Portal Rural News, estamos aqui novamente para trazer para você uma análise do mercado de commodities e para isso nós contamos com a ajuda preciosa do pessoal da TF Consultoria, de Curitiba. Quem está comigo hoje é o Luiz Fernando Pacheco, economista da TF Consultoria, que vai falar um pouquinho sobre o mercado nesse comparativo de mercado. Primeiramente, seja bem vindo em sua primeira participação com a gente e fala pra gente como que foi mercado hoje, parece que a soja deu uma reagida, está dando uma reagida nesses últimos dias lá em Chicago, não é?
Isso. A soja deu uma saltada nesses últimos dias, principalmente com esses primeiros dados que estão saindo de colheita aqui no Brasil, os primeiros dados. Então a gente está tendo uma alta momentânea da soja, mas a gente tem que lembrar agora que essa alta está vindo por causa dos primeiros dados da soja que foi ali plantada, que teve um grande estresse climático, seca, muito sol e chuva tardia.
Então ainda são números realmente fracos de plantio. Agora, a partir do momento que a colheita for apresentando, provavelmente essa alta não vai se sustentar, porque a gente tem uma grande safra na Argentina. A gente tem uma grande safra em outros países aqui da América do Sul. É que no montante total, o mercado vai acabar tendo mais ou menos a mesma quantidade de grãos disponível na América do Sul, que teve na última na última safra.
Então você acha que esse descolamento dos U$ 12 o bushel não vai se manter por muitos dias, né?
Então eu acho que a tendência que está aparecendo clara e é um movimento, é um tiro curto, uma cobertura de profundos fundos, principalmente, porque eles estavam muito descobertos... Estavam muito vendidos, então eles precisavam dar alguma cobertura para ter para se proteger nesse primeiro momento, para saber pra onde é que vai a nossa colheita. Mas e a gente já estava vendo alguns dados aí e, mesmo que as piores projeções de quebra que estão sendo colocadas na mesa por algumas consultorias se realizarem, o Brasil ainda vai ter, a América do Sul ainda vai ter a mesma quantidade de soja que teve na safra passada. Então é o agricultor que tem que aproveitar esse pico, ver o que ele pode aproveitar e aproveitar agora que o dólar tá um pouco mais alto também, fixar preço e travar o preço e realizar o seu lucro.
Realmente, essa boa safra argentina está fazendo diferença no mercado, não é Luís?
Sim, as 25 milhões de toneladas que eles vão ter a mais agora são o que vai cobrir o que a gente teve. Porque se você pensar nos dados oficiais ali entre Conab e USDA, assim, dos órgãos oficiais, a gente ainda vai ter uma safra equivalente, mais ou menos a do ano passado, né? Então a gente está tendo uma quebra em relação ao que foi plantado, não ao que ao que está sendo colhido.
O que está sendo colhido. a gente vai ter um número próximo. Tem consultorias que falam que vão ter um dado menor, mas ainda assim a gente e se tiver um dado menor, se for de 150 para 135, ainda esses 25 milhões de toneladas da Argentina, que foi um grande comprador, nosso ano passado a gente teve um superávit primário no Brasil de vendas externas por causa do que a gente vendeu de soja para Argentina.
Então, eles não vão precisar dessa quantidade de soja esse ano... Então a gente ainda vai ter essa sobra, essa sobra disponível no mercado. A gente ainda vai exportar mais ou menos a mesma quantidade de soja. Então, assim a gente não tem essa previsão. Eu não consigo enxergar no horizonte essa previsão de um preço maior, muito maior do que a própria soja. Eu acho que isso agora é um tiro curto que o mercado está dando
E o que a gente vê a questão do milho, que está se mantendo, ao contrário da soja... As previsões são que os preços se mantenham.
É ,o milho tem dado pequenas reações... Mas, vamos fazer uma comparação, é como alguém que caiu e está se esforçando para reerguer. Então o preço do milho está muito baixo, preços equivalentes aí de 2021. Os Estados Unidos ainda tem uma super produção. O Brasil está começando a colocar também agora a sua colheita da primeira safra. A gente ainda tem um pouco de milho da safra passada. Eu estava lendo uma reportagem agora americana que os caras nos Estados Unidos estão muito estocados de soja do ano passado, de milho no ano passado...
Então a disponibilidade do grão está muito grande e isso até um gancho. Ele está sendo o trigo. O milho está sendo um peso morto para o trigo. O trigo não está conseguindo reagir porque o milho está muito barato.
E essa é a previsão de algumas consultorias de uma possível quebra na produção brasileira de milho. Isso faz sentido para vocês"?
Faz, faz total. A safrinha de de milho vai começar atrasada. Então, assim, inevitavelmente a gente vai ter uma redução em relação ao ano que vem, da quantidade de milho que a gente teve em relação ao ano passado. Mas é mais ou menos a mesma coisa da soja. A gente vai ter uma produção menor que a do ano passado, mas a gente ainda tem muito grão disponível, os Estados Unidos tem muito grão disponível, o mundo tem muito grão disponível. Então a gente não consegue enxergar num horizonte próximo de curto, médio prazo, algum fator que não seja extraordinário, que faça um aumento do preço do milho.
E se olharmos mais a longo prazo, a gente vai ver uma previsão que o trigo ainda vai ser a melhor opção aí para o produtor rural esse ano, não é?
Sim, nós somos grandes defensores do trigo, mas é realmente assim para o pessoal que tem a opção de plantar o trigo esse ano vai ser uma boa opção, porque a nossa safra passada quebrou totalmente. A gente já não tem mais trigo de pão no Brasil, a gente está com um déficit muito grande. A gente vai ter que trazer trigo da Argentina. A gente é capaz de absorver 100% do trigo bom da Argentina disponível para exportação. Então é capaz da gente não ter essa disponibilidade toda. Entao tem que trazer dos Estados Unidos, tem que trazer do Chile. Então a gente pode acabar tendo essa disponibilidade e o trigo está num preço bom na hora da colheita aqui, né? Então hoje é mais lucrativo. Seria um pensamento melhor para o agricultor que pode substituir o milho pelo trigo, fazer essa substituição.
Muito bem, Luiz. Nós agradecemos muito a sua participação aqui. Sua primeira e excelente participação com a gente aqui no RuralNews...
Valeu! Obrigado.
Esperamos vocês outras vezes, estaremos aí consultando sempre nossos parceiros da TF, que são hoje os maiores especialistas em trigo no Brasil. Vamos dar crédito ao trabalho de vocês.
Obrigado! Palavras suas!
Muito bem, palavras minhas e do mercado. Então ficamos por aqui e voltamos a qualquer momento com novas notícias do mercado. Valeu e obrigado.
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Agricultor deve aproveitar valorização do soja e vender, segundo TF Consultoria
Segundo Luiz Fernando Pacheco, a alta da soja é momentânea e é afetada pelos primeiros dados da soja que foi plantada com um grande estresse climático, seca, muito sol e chuva tardia
CONFIRA A TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA:Olá amigos, no Portal Rural News, estamos aqui novamente para trazer para você uma análise do mercado de commodities e para isso nós contamos com a ajuda preciosa do pessoal da TF Consultoria, de Curitiba. Quem está comigo hoje é o Luiz Fernando Pacheco, economista da TF Consultoria, que vai falar um pouquinho sobre o mercado nesse comparativo de mercado. Primeiramente, seja bem vindo em sua primeira participação com a gente e fala pra gente como que foi mercado hoje, parece que a soja deu uma reagida, está dando uma reagida nesses últimos dias lá em Chicago, não é?
Isso. A soja deu uma saltada nesses últimos dias, principalmente com esses primeiros dados que estão saindo de colheita aqui no Brasil, os primeiros dados. Então a gente está tendo uma alta momentânea da soja, mas a gente tem que lembrar agora que essa alta está vindo por causa dos primeiros dados da soja que foi ali plantada, que teve um grande estresse climático, seca, muito sol e chuva tardia.
Então ainda são números realmente fracos de plantio. Agora, a partir do momento que a colheita for apresentando, provavelmente essa alta não vai se sustentar, porque a gente tem uma grande safra na Argentina. A gente tem uma grande safra em outros países aqui da América do Sul. É que no montante total, o mercado vai acabar tendo mais ou menos a mesma quantidade de grãos disponível na América do Sul, que teve na última na última safra.
Então você acha que esse descolamento dos U$ 12 o bushel não vai se manter por muitos dias, né?
Então eu acho que a tendência que está aparecendo clara e é um movimento, é um tiro curto, uma cobertura de profundos fundos, principalmente, porque eles estavam muito descobertos... Estavam muito vendidos, então eles precisavam dar alguma cobertura para ter para se proteger nesse primeiro momento, para saber pra onde é que vai a nossa colheita. Mas e a gente já estava vendo alguns dados aí e, mesmo que as piores projeções de quebra que estão sendo colocadas na mesa por algumas consultorias se realizarem, o Brasil ainda vai ter, a América do Sul ainda vai ter a mesma quantidade de soja que teve na safra passada. Então é o agricultor que tem que aproveitar esse pico, ver o que ele pode aproveitar e aproveitar agora que o dólar tá um pouco mais alto também, fixar preço e travar o preço e realizar o seu lucro.
Realmente, essa boa safra argentina está fazendo diferença no mercado, não é Luís?
Sim, as 25 milhões de toneladas que eles vão ter a mais agora são o que vai cobrir o que a gente teve. Porque se você pensar nos dados oficiais ali entre Conab e USDA, assim, dos órgãos oficiais, a gente ainda vai ter uma safra equivalente, mais ou menos a do ano passado, né? Então a gente está tendo uma quebra em relação ao que foi plantado, não ao que ao que está sendo colhido.
O que está sendo colhido. a gente vai ter um número próximo. Tem consultorias que falam que vão ter um dado menor, mas ainda assim a gente e se tiver um dado menor, se for de 150 para 135, ainda esses 25 milhões de toneladas da Argentina, que foi um grande comprador, nosso ano passado a gente teve um superávit primário no Brasil de vendas externas por causa do que a gente vendeu de soja para Argentina.
Então, eles não vão precisar dessa quantidade de soja esse ano... Então a gente ainda vai ter essa sobra, essa sobra disponível no mercado. A gente ainda vai exportar mais ou menos a mesma quantidade de soja. Então, assim a gente não tem essa previsão. Eu não consigo enxergar no horizonte essa previsão de um preço maior, muito maior do que a própria soja. Eu acho que isso agora é um tiro curto que o mercado está dando
E o que a gente vê a questão do milho, que está se mantendo, ao contrário da soja... As previsões são que os preços se mantenham.
É ,o milho tem dado pequenas reações... Mas, vamos fazer uma comparação, é como alguém que caiu e está se esforçando para reerguer. Então o preço do milho está muito baixo, preços equivalentes aí de 2021. Os Estados Unidos ainda tem uma super produção. O Brasil está começando a colocar também agora a sua colheita da primeira safra. A gente ainda tem um pouco de milho da safra passada. Eu estava lendo uma reportagem agora americana que os caras nos Estados Unidos estão muito estocados de soja do ano passado, de milho no ano passado...
Então a disponibilidade do grão está muito grande e isso até um gancho. Ele está sendo o trigo. O milho está sendo um peso morto para o trigo. O trigo não está conseguindo reagir porque o milho está muito barato.
E essa é a previsão de algumas consultorias de uma possível quebra na produção brasileira de milho. Isso faz sentido para vocês"?
Faz, faz total. A safrinha de de milho vai começar atrasada. Então, assim, inevitavelmente a gente vai ter uma redução em relação ao ano que vem, da quantidade de milho que a gente teve em relação ao ano passado. Mas é mais ou menos a mesma coisa da soja. A gente vai ter uma produção menor que a do ano passado, mas a gente ainda tem muito grão disponível, os Estados Unidos tem muito grão disponível, o mundo tem muito grão disponível. Então a gente não consegue enxergar num horizonte próximo de curto, médio prazo, algum fator que não seja extraordinário, que faça um aumento do preço do milho.
E se olharmos mais a longo prazo, a gente vai ver uma previsão que o trigo ainda vai ser a melhor opção aí para o produtor rural esse ano, não é?
Sim, nós somos grandes defensores do trigo, mas é realmente assim para o pessoal que tem a opção de plantar o trigo esse ano vai ser uma boa opção, porque a nossa safra passada quebrou totalmente. A gente já não tem mais trigo de pão no Brasil, a gente está com um déficit muito grande. A gente vai ter que trazer trigo da Argentina. A gente é capaz de absorver 100% do trigo bom da Argentina disponível para exportação. Então é capaz da gente não ter essa disponibilidade toda. Entao tem que trazer dos Estados Unidos, tem que trazer do Chile. Então a gente pode acabar tendo essa disponibilidade e o trigo está num preço bom na hora da colheita aqui, né? Então hoje é mais lucrativo. Seria um pensamento melhor para o agricultor que pode substituir o milho pelo trigo, fazer essa substituição.
Muito bem, Luiz. Nós agradecemos muito a sua participação aqui. Sua primeira e excelente participação com a gente aqui no RuralNews...
Valeu! Obrigado.
Esperamos vocês outras vezes, estaremos aí consultando sempre nossos parceiros da TF, que são hoje os maiores especialistas em trigo no Brasil. Vamos dar crédito ao trabalho de vocês.
Obrigado! Palavras suas!
Muito bem, palavras minhas e do mercado. Então ficamos por aqui e voltamos a qualquer momento com novas notícias do mercado. Valeu e obrigado.
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