Soja 16-12-2025 | 9:36:00

Soja busca estabilidade após forte pressão nos preços

Mercado tenta se firmar na CBOT enquanto safra sul-americana avança e prêmios seguem pressionados no Brasil

Por: Camilo Motter

Este mês tem sido especialmente negativo para as cotações. Apenas na primeira quinzena, as perdas se aproximam de 7%. Esse movimento reflete, sobretudo, a boa evolução da safra sul-americana e o ritmo lento das compras chinesas de soja dos Estados Unidos, fatores que mantêm o mercado pressionado.
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Além disso, dados recentes indicam desempenho abaixo do esperado no esmagamento norte-americano. Em novembro, a indústria processou 5,88 milhões de toneladas, volume inferior ao registrado em outubro. Os estoques de óleo, por sua vez, vieram acima das projeções, o que reforçou o viés cauteloso dos agentes.
Avanço da safra no Brasil e demanda cautelosa influenciam o mercado da soja no fim do ano. Foto: Canva


Caso a safra brasileira e argentina siga dentro da normalidade, a expectativa é que a China concentre suas compras na América do Sul a partir de janeiro. Nesse cenário, os prêmios tendem a se tornar mais competitivos frente ao produto norte-americano, segundo análise de mercado divulgada pela Granoeste.

Safra brasileira e mercado interno



No Brasil, levantamento da Conab mostra que o plantio da safra de soja alcançou 94,1%. O índice ainda fica abaixo dos 96,8% registrados no mesmo período de 2024, mas supera a média histórica de 90,6%.

Enquanto isso, o mercado doméstico permanece lento. A boa disponibilidade de produto, somada ao avanço das lavouras, contribui para preços mais estáveis. Assim, o cenário atual indica menor volatilidade, sem os movimentos típicos do período de entressafra.

Com a virada de estação, os preços costumam sofrer nova pressão. Os prêmios da soja nova já operam em níveis mais baixos, e o diferencial entre o produto disponível e o da próxima safra chega a até R$ 10,00 por saca. Por isso, produtores avaliam com cautela a estratégia de carregamento de estoques.

Além disso, a necessidade de desocupação dos armazéns tende a ampliar a oferta nas próximas semanas, o que pode limitar reações mais consistentes nos preços.

Nos portos brasileiros, os prêmios no mercado spot variam entre 110 e 125 pontos. Para janeiro, os valores ficam entre 35 e 70 pontos, enquanto março e abril operam na faixa de 10 a 25 pontos. No oeste do Paraná, as indicações de compra estão entre R$ 131,00 e R$ 132,00 por saca. Em Paranaguá, os preços variam de R$ 142,00 a R$ 143,00, conforme prazo e condições de pagamento.

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Texto publicado originalmente em Boletim de commodities
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