Especialistas alertam que o La Niña pode reduzir chuvas no Sul e recomendam manejo e planejamento aos sojicultores para evitar perdas na safra 25/26
A região Sul do Brasil deve enfrentar, nos próximos meses, um novo episódio do fenômeno climático La Niña. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), há 60% de probabilidade de o evento se formar entre outubro e dezembro de 2025. Embora seja esperado um fenômeno de baixa intensidade e curta duração, os reflexos sobre a agricultura podem ser significativos, principalmente no Rio Grande do Sul.
Os meteorologistas apontam que setembro e outubro ainda devem registrar volumes de chuva dentro da média histórica, com acumulados superiores a 200 milímetros em algumas regiões do centro-norte gaúcho. No entanto, entre novembro e o início de dezembro, os índices podem cair até 50% abaixo do esperado nas áreas da faixa centro-sul do Estado.
Esse cenário preocupa os produtores de soja, já que a irregularidade das chuvas tende a aumentar o risco de replantios, reduzir o desenvolvimento das lavouras e provocar perdas financeiras. Além disso, a falta de umidade no solo compromete o calendário agrícola e dificulta a germinação das sementes.
Diante das incertezas climáticas, especialistas reforçam que o manejo adequado e o planejamento antecipado são fundamentais para reduzir prejuízos. Em anos com previsão de irregularidade de chuvas, cultivares com ciclos mais longos podem ser uma alternativa eficaz. Esse tipo de variedade estende o período vegetativo da planta, o que aumenta a tolerância a curtos períodos de estiagem.
Outra estratégia recomendada é o escalonamento do plantio. Ao distribuir as datas de semeadura, o agricultor evita que toda a lavoura enfrente o mesmo período crítico de seca, o que diminui os riscos durante fases sensíveis como floração e enchimento de grãos. Essa prática, além de simples, não eleva os custos de produção e proporciona maior segurança para o planejamento da safra.
Os especialistas lembram ainda que a escolha das cultivares deve levar em conta as características de cada área, considerando a fertilidade do solo, a presença de pragas e doenças e o histórico produtivo. O acompanhamento de um engenheiro agrônomo é essencial para orientar as decisões e otimizar os resultados.
A possível influência do La Niña reforça a importância de um manejo eficiente e da adoção de boas práticas agrícolas. Assim, os produtores que se anteciparem e ajustarem suas estratégias terão mais chances de manter a produtividade, mesmo diante das condições climáticas desafiadoras.
Planejar, adaptar e monitorar o clima com atenção serão passos essenciais para garantir uma safra de soja mais estável e sustentável no Sul do Brasil.