Semana começa com soja em alta em Chicago e avanço no plantio
Cotações sobem em Chicago, enquanto clima irregular afeta o ritmo do plantio e deixa a comercialização mais lenta no Brasil
A Granoeste informa que a semana inicia com leves ganhos para a soja em Chicago. Na manhã desta segunda-feira, o contrato janeiro sobe 7 pontos e opera a US$ 11,24. Na sessão anterior, os primeiros vencimentos também registraram avanço entre 7 e 9 cents. Entretanto, apesar dessas oscilações positivas, a semana passada terminou praticamente estável.
Além disso, o mercado global segue sensível aos desdobramentos entre China e Estados Unidos. No fim de semana, porém, surgiu um sinal favorável: segundo agências internacionais, a China pode liberar licenças para retomar compras, embora sem definição de volumes. Mesmo assim, o governo norte-americano insiste que, no encontro de outubro, os chineses se comprometeram a adquirir 12 milhões de toneladas ainda nesta temporada. Como o produto dos EUA está mais caro do que o sul-americano, a expectativa é de que apenas empresas ligadas ao governo chinês atendam a esse movimento.
Outro ponto de atenção é a safra norte-americana. A colheita está praticamente finalizada e, agora, o mercado volta as atenções ao relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para sexta-feira. Assim, a divulgação deve trazer números capazes de indicar o rumo das cotações nas próximas semanas.
No Brasil, exportações avançam e plantio segue irregular
No Brasil, os embarques seguem firmes. De acordo com a SECEX, o País exportou 6,73 milhões de toneladas de soja em outubro, superando as 4,71 milhões registradas no mesmo mês de 2024. Além disso, no acumulado da estação, os envios atingem 99,5 milhões de toneladas, acima dos 91,4 milhões observados no ciclo anterior.
Quanto ao plantio, o ritmo avança, mas ainda com atraso. Segundo a consultoria Safras, 59,7% da área nacional está semeada, enquanto no mesmo período do ano passado o índice era de 69,1%. A média histórica também é maior, de 67,7%. Já no Mato Grosso, o Imea aponta percentual mais acelerado, com 86,7% da área já plantada. As irregularidades climáticas explicam o atraso; porém, as chuvas recentes devem acelerar os trabalhos e melhorar o desenvolvimento das áreas já implantadas.
No mercado interno, a comercialização continua lenta. Os produtores priorizam o plantio e, ao mesmo tempo, aguardam oportunidades de preço mais atrativas na entressafra. Nos portos, os prêmios variam entre 75/90 cents no spot e entre 10/60 cents para janeiro. Para a safra nova, compradores trabalham em campo negativo.
No oeste do Paraná, as indicações de compra vão de R$ 130,00 a R$ 133,00. Em Paranaguá, os preços estão entre R$ 140,00 e R$ 141,00, dependendo do prazo de pagamento e das condições de embarque. Assim, a Granoeste reforça que o produtor segue cauteloso diante das incertezas climáticas e de mercado.

Camilo Motter
Possui graduação em Jornalismo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos(1981), graduação em Economia pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Cascavel(1985), especialização em Teoria Econômica pela Universidade Federal do Paraná(1989) e mestrado em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina(2001). Tem experiência na área de Economia. Atuando principalmente nos seguintes temas:Maximização da Renda, Informação, Comercialização. É diretor da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR.