Milho 30-12-2025 | 16:34:00

Ciclo precoce do milho ganha espaço em cenário de maior risco hídrico

Irregularidade das chuvas aumenta a atenção ao planejamento da segunda safra e reforça a busca por estratégias que reduzam a exposição da cultura à falta de água

Por: Redação RuralNews

Nesse contexto, produtores avaliam com mais atenção estratégias capazes de reduzir os impactos do déficit hídrico. Entre elas, os híbridos de ciclo precoce ganham espaço por avançarem mais rapidamente pelas fases mais sensíveis da cultura à falta de água.
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Menor exposição ao período seco

Em meio ao risco hídrico crescente, produtores avaliam o uso de híbridos de ciclo precoce para preservar o potencial produtivo do milho. Foto: Canva


Ao antecipar o florescimento e o enchimento dos grãos, cultivares de ciclo precoce reduzem o tempo em que a lavoura permanece exposta ao período em que as chuvas tendem a diminuir na segunda safra. Assim, a fase de maior demanda hídrica ocorre enquanto ainda há umidade disponível no solo, o que contribui para preservar o potencial produtivo.

Durante o florescimento e o enchimento dos grãos, a necessidade diária de água do milho aumenta de forma significativa, podendo variar entre 5 e 10 milímetros por dia. Quando a oferta hídrica não acompanha essa exigência, a redução do rendimento ocorre de forma imediata.

Além disso, o momento em que o estresse hídrico se manifesta é determinante. Falhas de precipitação no florescimento podem comprometer a sincronia entre pólen e estigmas, prejudicando a fertilização. Já no enchimento dos grãos, a falta de água reduz a fotossíntese e limita o acúmulo de peso, podendo antecipar a maturação.

Primeiras fases definem o potencial produtivo



Nas semanas iniciais após a emergência, o milho apresenta folhas pequenas e sistema radicular ainda em formação. Por isso, a demanda hídrica é menor, entre 2 e 4 milímetros por dia. Contudo, ao atingir o estágio V6, com seis folhas completamente desenvolvidas, a área foliar se amplia e a necessidade de água sobe para cerca de 6 a 7 milímetros diários.

É justamente nessa fase que a cultura define o número de fileiras e o comprimento dos grãos na espiga. Caso ocorra déficit hídrico antes do florescimento, parte desse potencial produtivo já é comprometida no início do ciclo.

Solo influencia a tolerância ao estresse hídrico



A estrutura do solo exerce papel central na capacidade do milho de suportar períodos secos. Solos com compactação ou altos teores de alumínio dificultam o aprofundamento das raízes. Nessas condições, o sistema radicular permanece concentrado nas camadas superficiais, que secam mais rapidamente.

Mesmo quando há água disponível em profundidade, a planta não consegue acessar essa reserva. Como resultado, a cultura se torna mais vulnerável ao estresse hídrico, especialmente em anos com distribuição irregular das chuvas.

Diante de cenários mais secos recorrentes, conhecer o histórico climático da região e ajustar a época de plantio se torna fundamental. Nesse sentido, o uso de materiais de ciclo precoce surge como uma ferramenta importante para antecipar as fases mais sensíveis da cultura. Quando o florescimento ocorre antes da redução mais acentuada da umidade no solo, as chances de manter a produtividade aumentam de forma significativa.

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Texto publicado originalmente em Destaque
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