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Tempo 21-06-2022 | 10:34:00

Inverno inicia com promessa de oscilações de temperatura e de chuva

Ondas de frio mais intenso durante a estação, com frequência variada. Veranicos também devem ocorrer


Por: FAEP (Federa


“O cenário é propício para massas de ar frio de alta intensidade, mas ainda é cedo para determinar a ocorrência, principalmente em relação às geadas”, explica o meteorologista Francisco de Assis Diniz, chefe do Centro de Previsão do Tempo do Inmet. Outra massa de ar frio deve chegar próximo ao início do inverno, a partir da segunda quinzena de junho, mas não deve ser motivo para preocupação, alertam os especialistas. Além da antecipação das ondas de frio intenso, as temperaturas baixas devem ir embora mais tarde.
“É uma situação típica do La Niña, que já persiste há dois anos. Em 2021, tivemos um frio bem rigoroso com geadas que acabaram pegando o milho safrinha. Neste ano, não é que o inverno vai ser mais rigoroso, mas é fato que as massas de ar frio são mais intensas em ano de La Niña. Provavelmente teremos algumas ondas de frio que vão provocar geadas bem fortes a exemplo do ano passado”, prevê o agrometeorologista Luiz Renato Lazinski.

Na avaliação do especialista, as ondas de frio podem se estender até setembro, podendo provocar geadas tardias. “Não é que todo o inverno vai ser muito frio, mas terão variações bruscas de temperatura”, complementa Lazinski. Mesmo assim, as chances de atingir o milho safrinha são baixas, visto que em 2022 o plantio ocorreu dentro da janela ideal – diferentemente da safra 2020/21, cujo ciclo do cereal sofreu atrasos devido à falta de chuvas.

De acordo com o meteorologista Fernando Mendes, do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), conforme o início do inverno se aproxima, o deslocamento das massas de origem polar avança, podendo chegar em latitudes menores e causar um frio mais intenso, como ocorreu na segunda quinzena de maio. “É um comportamento natural da dinâmica da atmosfera. O que se espera é que tenhamos uma sequência de dias mais frios à medida que entramos em junho, julho e agosto”, aponta.
Chuvas
Em relação às precipitações, na análise do Simepar, devem ocorrer de forma irregular e de intensidade moderada a forte, com acumulados expressivos em algumas áreas do Estado, podendo chegar a 80 milímetros. Para Mendes, o La Niña começa a perder força com a chegada do inverno, contribuindo para a redução da instabilidade. Já para Lazinski, é provável que o fenômeno climático continue até o fim do ano, com atuação de veranicos e má distribuição de chuvas, como aconteceu durante as últimas duas safras.

“As chuvas vão continuar bem irregulares, com períodos secos. Mas é difícil dizer quando esses veranicos ocorrerão”, comenta Lazinski. “Em 2020, tivemos problemas de atraso do início da safra, que era para plantar em setembro. Em 2021, conseguimos plantar dentro da janela, mas tivemos problemas de estiagem em novembro e dezembro”, exemplifica.

Na análise do Inmet, que considera diferentes previsões de instituições especializadas, existem indicações que o La Niña poderá persistir por mais alguns meses. Apesar de divergências quanto a sua duração, há uma alta probabilidade de que o fenômeno persista durante o inverno, oscilando entre as intensidades de fraca e moderada. “Há uma tendência de chuvas abaixo da média para o inverno no Paraná. Em julho, pode chover mais na região Norte do Estado”, sinaliza Diniz, do Inmet.
Mesmo considerando as projeções para o La Niña, que pode causar longos períodos de estiagem durante o inverno, segundo o Instituto, as condições atuais na região Sul do Brasil são positivas, já que há acúmulo de umidade no solo em consequência das chuvas de março, abril e maio.

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