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Tempo 10-06-2022 | 17:10:00

Influência do La Niña é maior no café, destaca relatório

Fenômeno que está ativo desde 2021 e deve durar ao menos até agosto causa perdas e até abandono de plantações de algodão nos EUA


Por: Redação RuralNews


Cana-de-açúcar
Apesar do evento climático, o impacto é menor na safra sucroalcooleira do que no café. Ainda que o La Niña se mantenha ao longo dos próximos dois meses na região produtiva do Centro-Sul, incluindo Paraná, sul de SP e parte do MS, a seca deve inclusive melhorar a qualidade da cana.
 
“A falta de chuvas nessa época do ano não é ruim para a cana-de-açúcar, pois deve contribuir para uma maior concentração de sacarose e, portanto, mais ATR [Açúcar Total Recuperável, o total de açúcar presente em cada tonelada de cana]”, indica a analista de Açúcar e Etanol da hEDGEpoint Global Markets, Livea Coda.
 
A produtividade dos canaviais, contudo, já foi afetada pelo fenômeno no ano passado. O relatório destaca que a cana iniciou 2022 penalizada pela falta de chuvas e vem de uma safra atingida por geadas e incêndios, em 2021, justamente por causa do La Niña. “A última safra foi bastante afetada porque as usinas tiveram que mudar a logística e antecipar a moagem em função do clima”, conta a analista.

Algodão

Quanto à produtividade do algodão, a cultura é bastante sensível às chuvas e quando ocorre o La Niña há impactos significativos nas lavouras dos países que produzem a fibra, como o Brasil, EUA e Austrália. O fenômeno é observado atentamente pelo segmento, de acordo com a hEDGEpoint Global Markets. Na safra atual, a falta de água nos algodoais americanos, por exemplo, vem encurtando as estimativas de produção.
 
O último relatório do Departamento de Agricultura (USDA) prevê que o abandono de plantações tende a mais que dobrar este ano, dado que a situação climática tem levado produtores a acionar o seguro por conta das perdas na produção -- sobretudo no Texas, o maior polo cotonicultor do país.
 
O produtor de algodão brasileiro, por outro lado, deve enfrentar a seca das próximas semanas no Mato Grosso, o estado que mais produz algodão no país, sem ter o mesmo prejuízo que outros grãos na produtividade das lavouras. “Até mesmo a seca em partes do MT, que vem deixando alguns produtores inseguros nesse momento, não deve impedir uma safra melhor do que a do ano passado”, segundo o relatório.

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