No setor do agronegócio, o biometano é o destino de resíduos e ainda fornece biofertilizante, que pode ser utilizado em plantações, fechando o ciclo da economia circular. Se todo o resíduo disponível hoje no Brasil fosse utilizado para a produção de biometano, o setor sucroenergético poderia produzir 57,6 milhões de m³ por dia de biometano.
As projeções foram divulgadas durante a 10ª edição do Fórum do Biogás, maior evento de biogás da América Latina. que acontece nos dias 13 e 14 de novembro, em São Paulo. O biogás e o biometano são considerados os principais protagonistasna rota da transição energética e descarbonização da matriz e da economia no Brasil e no mundo.
Os números mostram que a proteína animal poderia produzir até 38,9 milhões de m³ por dia, enquanto os resíduos da produção agrícola teriam capacidade para produzir 18,2 milhões de m³ por dia de biometano. O saneamento básico, por sua vez, teria a projeção de 6,1 milhões de m³ por dia de biometano.
O biometano é tecnicamente equivalente e intercambiável com o gás natural, conforme resoluções da ANP, além de regulatoriamente equivalente ao gás, por meio da Lei 14.134/2021 (“Lei do Gás”). Devido a essas características, o biometano utiliza a mesma infraestrutura que o gás natural, seja por meio de gasodutos de distribuição e transporte, seja na forma de distribuição via GNC (Gás Natural Comprimido) e GNL (Gás Natural Liquefeito). Destaca-se ainda que esse compartilhamento de infraestrutura já ocorre, com duas plantas injetando biometano nos gasodutos brasileiros.
O aproveitamento do biogás e do biometano é a alternativa madura mais competitiva de alcançar os compromissos climáticos nos setores de maior dificuldade de descarbonização, como a indústria e o transporte. Além de contribuir para a independência e autossuficiência energética no Brasil.
A interseção entre powershoring e o setor de biogás e biometano no Brasil destaca-se como um elemento catalisador para a transformação do panorama energético. O powershoring, caracterizado pela descentralização e digitalização da produção e distribuição de energia, encontra no biogás e biometano fontes promissoras para sua implementação.
A capacidade de produção distribuída dessas fontes, aliada à flexibilidade proporcionada pelo powershoring, potencializa a geração de energia de forma mais eficiente e sustentável. Além disso, a descentralização promovida pelo powershoring pode viabilizar projetos locais de produção de biogás, aproveitando resíduos regionais para impulsionar a matriz energética brasileira de maneira mais autônoma e resiliente.
Essa convergência entre powershoring e biogás/biometano exemplifica uma abordagem inovadora e alinhada com os princípios de uma transição energética sustentável no contexto brasileiro.
A Abiogás foi fundada em 2013, da união de pessoas e empresas que buscam o aumento da participação do biogás na matriz energética brasileira. A entidade tem mais de 150 empresas associadas, entre representantes de toda a cadeia de produção do biogás.
Com responsabilidade na atuação junto aos órgãos competentes e o compromisso com a divulgação de informações relevantes, a entidade, seus associados e parceiros visam sempre alcançar os melhores e mais transformadores resultados para a sociedade brasileira.