CNA debate soluções climáticas na COP 30 Farmers Summit
Durante a COP 30 Farmers Summit, a CNA apresentou tecnologias sustentáveis e reforçou o papel do agro brasileiro nas soluções climáticas globais
Evento em Brasília discutiu o papel da agropecuária nas soluções climáticas. Foto: CNA / Divulgação
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na sexta-feira (7), do segundo dia da COP 30 Farmers Summit, realizada na sede da entidade, em Brasília (DF). O encontro reuniu especialistas e representantes do setor para discutir o papel da agropecuária nas soluções climáticas, considerando diferentes realidades produtivas.
Cooperação e sustentabilidade no centro do debate
O primeiro painel foi mediado pela diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, que destacou a necessidade de reforçar a cooperação regional em torno de práticas sustentáveis.
“Os agricultores enfrentam desafios específicos em cada realidade. No entanto, também compartilham dificuldades comuns — seja na produção, na comercialização doméstica ou internacional. Nosso objetivo é entender as particularidades de cada país e identificar pontos de convergência. Assim, podemos unir forças e enfrentar os desafios juntos no cenário internacional”, afirmou Mori.
Entre os participantes, o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, apresentou exemplos concretos de tecnologias e práticas sustentáveis já adotadas pelo produtor rural brasileiro. Segundo ele, o setor tem mostrado grande capacidade de inovação e redução de emissões.
Atualmente, o uso de inteligência artificial e automação de máquinas vem transformando o campo. Essas ferramentas permitem a adaptação à diversidade das mais de 5 milhões de propriedades rurais existentes no país.
“Na década de 1970, o produtor fazia apenas uma safra por ano. Hoje, com variedades precoces, irrigação e integração de culturas, é possível realizar duas ou até três safras em algumas regiões. Isso otimiza o uso da terra e fortalece práticas sustentáveis”, explicou Lucchi.
Ele também citou modelos consolidados de produção, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), além do papel de políticas públicas como o Programa ABC+. O programa oferece crédito com taxas reduzidas, incentivando a adoção de tecnologias de baixa emissão.
“Essas iniciativas mostram que o produtor rural brasileiro é parte da solução climática. Ele já aplica práticas que conciliam produtividade, preservação ambiental e segurança alimentar”, concluiu.
Além disso, Lucchi ressaltou a relevância social da agropecuária. “Falamos muito sobre empregos, PIB e exportações, mas pouco sobre a importância do agro para o interior do país. Existem regiões que, se não fosse a atividade agropecuária, não teriam nada. O agro é essencial não apenas do ponto de vista econômico, mas também social”, afirmou.
Financiamento climático em foco
O assessor técnico da CNA, Guilherme Rios, participou do segundo painel do dia, que tratou do financiamento climático. O debate apresentou instrumentos financeiros e políticas de crédito voltadas a apoiar o produtor rural na transição para uma agricultura mais resiliente e de baixa emissão de carbono.
Com isso, o encontro reforçou o compromisso da CNA em construir soluções conjuntas e sustentáveis para o enfrentamento das mudanças climáticas.




