Pragas
31-12-2023 | 15:10:00
Por: Da reda
Pragas e doenças podem comprometer até 90% da produção agrícola
O fenômeno El Niño traz o cenário ideal para o aumento da presença de pragas e doenças na agricultura e se não houver um manejo adequado, as perdas podem chegar até a 90%
Por: Da reda
Relatório do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) mostra que a ocorrência de pragas cresceu 20% no primeiro semestre de 2023. Na soja, foi registrado aumento de 6% e no milho, 10%. O fluxo irregular de chuvas e temperaturas extremas estão entre os principais motivos para esse aumento.
Os insetos mosca-branca e percevejo-marrom – Bemisia tabaci e Euschistus Heros, respectivamente – são as pragas que mais afetam o cultivo de soja. “Esses estão sendo favorecidos pelas altas temperaturas e clima seco que está ocorrendo no Cerrado. Enquanto o percevejo se alimenta das vagens da soja, infectando as plantas, a mosca-branca suga a seiva das folhas, o que as enfraquece e prejudica o seu crescimento. Ambas as pragas diminuem significativamente o potencial produtivo do cultivo, com perdas de 30% a 50%", ressalta Paulo.
"El Niño ainda intensifica outro problema: o aumento de incidência de doenças, que já é realidade em determinados estados, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, Devido ao excesso de chuvas, o clima ficou extremamente favorável para o desenvolvimento desses inimigos, principalmente a ferrugem asiática, fungo biotrófico, que está caminhando rapidamente para as demais regiões produtoras, como Mato Grosso do Sul, segundo o consórcio Antiferrugem da Embrapa. Assim, no Cerrado, principalmente nas áreas onde a semeadura se estendeu devido ao atraso e à falta de chuva, a tendência é ter significativos prejuízos fitossanitários na safra 2023/2024.” Informa Paulo Laurente.
A ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachirhizi, é a doença mais severa enfrentada pela soja. De acordo com a Embrapa, ela pode causar perdas de até 90% se não controlada com eficácia. As condições climáticas são determinantes para a incidência da doença e favorecem o seu desenvolvimento.
Para o controle das pragas, o manejo integrado de pragas (MIP) é a mais eficaz estratégia. "O MIP combina tecnologias e a utilização de táticas mais sustentáveis, que visam o monitoramento das pragas e o aumento da produtividade, além de reduzir os custos com defensivos agrícolas. Em relação às doenças, é crucial a utilização de defensivos agrícolas devidamente registrados para a cultura, respeitando o número máximo de aplicações durante o ciclo como também os intervalos de aplicação. A utilização de fungicidas multissítios traz maior segurança e efetividade no manejo", finaliza Paulo Laurente.