INÍCIO AGRICULTURA Pecuária

Expansão da área de grãos provoca queda da produção leiteira goiana

Segundo a Faeg e sindicatos rurais regionais, o produtor tende para a atividade mais rentável e atividade leiteira sofre declínio no Estado
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- Especial para Rural News
Publicado em 17/01/2024

Embora estejam entre os quatro primeiros colocados, Goiás e Minas Gerais assistem a um declínio na expansão leiteira. É o que aponta dados recém divulgados pela Pesquisa Pecuária Municipal pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A instituição oficial atribui o fato à expansão dos cultivos de grãos. Em vários municípios goianos, entre eles Piracanjuba, Bela Vista de Goiás, eram tradicionais produtores de leite. Contribuíam para abastecer os mercados consumidores de Goiânia e Brasília, hoje, gradualmente, cede terreno aos sojais.
Os custos da ração mais elevados também influenciam produtores a desistirem da atividade
Os custos da ração mais elevados também influenciam produtores a desistirem da atividade

Segundo a Faeg e sindicatos rurais regionais, o produtor tende para a atividade mais rentável. Segundo Gilson Costa, de Itaberaí, os custos da ração mais elevados também influenciam, sobretudo com as adversidades climáticas dos últimos meses.
As pastagens sofreram com a falta de chuvas. O capim em algumas regiões desapareceu, emagrecendo o rebanho e em consequência produzindo menos leite. No vizinho Tocantins, por exemplo, há casos de mortes de animais.

Importantes mudanças espaciais foram observadas a partir de 2021 e 2022, a produção diminuiu no centro-oeste de Minas Gerais, nos estados de Goiás e de Rondônia. Neste, a crise decorre da maior distância dos mercados consumidores.
Por outro lado, o aumento de produção foi observado em algumas regiões do Sul e Sudeste. O crescimento da produção foi ainda mais pronunciado no Nordeste, que tem registrado aumentos sucessivos na produção de leite.

Ao se destacar os municípios com densidade de produção leiteira acima de 30 litros/ dia por km2, o IBGE identificou as áreas de maior concentração no ano de 2022. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia, dos 12 meses do ano de 2023, nove tiveram médias mensais de temperatura acima da média histórica (1991/2020).

Destaque para setembro, que apresentou maior desvio (diferença entre o valor registrado e a média histórica) desde 1961, com 1,6ºC acima da climatologia de 1991/2020 (média histórica).
Ao longo do ano, o Brasil enfrentou nove episódios de onda de calor, reflexo dos impactos do fenômeno El Niño, que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta.

Sobre o autor

Wandell Seixas é um dos mais respeitados jornalista especializados no agronegócio e escreve diariamente para o portal RuralNews. É bacharel em Direito pela PUC-GO, ex bolsita em cooperativismo agrícola pela Hidradut, em Tel Aviv, Israel. Já foi assessor de imprensa da FAEG, Emater, SGPA, CDL, além de autor do livro O Agronegócio Passa Pelo Centro Oeste e História da SGPA - Domando o Boi pela Genética.
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