Queda nos preços dos insumos e alta do suíno aliviam custos enquanto setor de frango sofre com excesso de oferta
O mercado de proteínas no Brasil vive um cenário de contrastes, segundo análise da TF Agroeconômica. Enquanto a carne de frango enfrenta forte pressão sobre os preços, reflexo do aumento da oferta e dos impactos da gripe aviária, o setor de suínos atravessa um momento mais positivo, com valorização do animal vivo e redução dos custos de produção.
No mercado de frango, o aumento da disponibilidade tem derrubado as cotações, pressionadas também pelos efeitos da gripe aviária, que provocou restrições temporárias nas exportações e trouxe insegurança ao mercado, mesmo após os casos serem controlados. Com estoques elevados e uma demanda mais enfraquecida em algumas regiões, os preços seguem em queda, comprometendo as margens dos produtores e da indústria.
Já no setor de suínos, o cenário é diferente. O preço do suíno vivo segue em alta, impulsionado pela oferta mais ajustada e pela demanda firme, especialmente no inverno, quando o consumo da carne costuma aumentar. A queda nos custos dos principais insumos, como milho e farelo de soja, também tem contribuído para melhorar as margens dos suinocultores.
De acordo com a análise da TF Agroeconômica, o farelo de soja acumula uma das maiores quedas do ano, e o milho também apresenta retração nas principais regiões produtoras. Esse alívio nos custos, somado aos preços mais altos do suíno, garante um cenário mais favorável aos produtores, que conseguem manter rentabilidade mesmo em um ambiente de desafios no mercado de proteínas.
A expectativa é que o frango continue sob pressão nas próximas semanas, até que a oferta e os estoques se ajustem. Enquanto isso, o mercado de suínos deve seguir em valorização, sustentado pela combinação de custos mais baixos e consumo aquecido.