Estamos num período em que não falta alimento para o gado no pasto, mas, é nesse momento de fartura que se deve pensar na estação seca, quando não haverá comida em abundância e a alimentação do animal se torna mais cara. Um dos modelos mais tradicionais de armazenar alimentação para gado é a confecção de silagem, que consiste numa forragem que é cortada, compactada, vedada e armazenada em silos para fermentação.Conhecida como suplementação volumosa a silagem, quando bem feita, tem o valor nutricional semelhante ao material original, por isso a importância na hora da colheita e processamento.
Segundo o engenheiro agrônomo da Unidade de São Sebastião do Paraíso, Divisão Minas Gerais do Grupo Matsuda, Marco Aurélio de Oliveira Pádua, o período correto para a colheita vai variar conforme a planta que está sendo ensilada. “Para milho, por exemplo, esse período pode ser de Janeiro a Abril, dependendo da época em que foi realizado o plantio”, explica. “A colheita no momento ideal é muito importante, pois é quando a planta acumula a maior quantidade de matéria seca e de melhor qualidade nutricional.Caso o corte não seja realizado nesse momento, a planta começa a perder qualidade e, consequentemente, se for ensilada irá proporcionar uma silagem de baixa qualidade”, destaca Pádua.
Para se obteruma silagem de alto valor protéico, é necessário estar atento a alguns pontos básicos que se relacionam com a atividade, tanto na fase de produção, que vai da análise de solo até o ponto de corte, quanto na fase de ensilagem que vai do corte até a vedação do silo. Pádua explica que o ponto de corte das plantas é fundamental para se obter uma silagem de qualidade, pois indica o momento em que a planta deve ser colhida no campo. O ponto de corte varia conforme a planta que está sendo utilizada e para as principais forragens utilizadas, existe uma recomendação especial:
Outro ponto-chave que deve ser muito bem realizado para se obter sucesso na silagem é a vedação. Segundo Marco Aurélio, a vedação rápida e completa é um ponto importante para se ter silagem de boa qualidade e problemas com a entrada de ar e água são os principais responsáveis pela perda de qualidade durante esta etapa.
“A má vedação do silo geralmente pode provocar fissuras na lona, resultando em deterioração acentuada da massa superficial do silo, uma vez que a presença de ar, aliada a entrada de água, favorece o crescimento de microrganismos envolvidos com o processo de deterioração. Para o fechamento do silo deve-se utilizar, de preferência, lonas dupla face e com espessuras de 200 a 400 micras e fazer a proteção das mesmas com material que permita aderência à massa ensilada como sacos de areia, pneus ou terra: técnicas necessárias para evitar os problemas acima citados”, adverte.
O milho e o sorgo são as culturas mais adaptadas ao processo de ensilagem resultando em silagens de boa qualidade, porém existem outras opções de forragens para produção de silagem como o capim elefante que é muito utilizado em regiões de pecuária leiteira devido a sua produtividade e os capins tropicais que apresentam menor custo geralmente 50% do custo da silagem fresca de milho ou de sorgo.
Para Marco Aurélio “o produtor deve fazer um bom planejamento de como fazer uma boa silagem definindo qual forragem utilizar (milho, sorgo, cana de açúcar, capim elefante, forrageiras tropicais), calcular o quanto de silagem ele precisa produzircom base no número de animais, o período de utilização da silagem e definir o tamanho da área de plantio. Organizar antecipadamente equipamentos e materiais utilizados na confecção do silo. (ensiladeiras, carretas, limpeza do silo etc) tudo isso fará com que o produtor não tenha problemas no período de ensilagem e, com isso, consiga produzir uma silagem de qualidade”, finaliza Pádua.