Hortaliças
26-08-2021 | 18:30:00
Por: FAEP (Federa
Comissão Técnica de Hortifruticultura debate gargalos do setor
Eventos climáticos, crise hídrica e elevado custo de produção estão entre os principais apontamentos dos produtores
Por: FAEP (Federa
Segundo o presidente da CT, Marco Antônio Machado, além da estiagem, a forte geada que atingiu o Paraná em julho também gerou prejuízos. “O setor está amargando com produtos de baixa qualidade e há muitas devoluções e pedidos de trocas. É preciso identificar as dificuldades, para que a gente possa viabilizar, junto à FAEP, soluções e melhorias para o setor”, afirmou.
Para o produtor Paulo da Nova, de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), é necessário mais investimento em tecnologia e assistência técnica, visto que as frutas e hortaliças estão muito suscetíveis às mudanças climáticas. “Os produtores que já têm tecnologia implantada ainda sofrem, mas conseguem contornar melhor esses problemas”, disse.
O elevado custo de produção também foi bastante citado pelos participantes durante a rodada de conjuntura. Além do aumento do preço dos insumos, como sementes, mudas e defensivos, custos com energia e combustível, que não costumavam onerar o bolso dos produtores, passaram a ocupar uma grande fatia das despesas. “O custo está ficando próximo ao valor de venda porque não estamos conseguindo repassar, ainda mais que a qualidade do produto está inferior ao que o mercado deseja”, apontou o produtor Marcelo Barboza da Silva.
O baixo poder de consumo do brasileiro aliado a alta do preço dos alimentos também preocupa o setor. Segundo os produtores, as frutas e hortaliças perderam espaço na mesa do consumidor e as vendas caíram drasticamente. “O valor de comercialização da maçã caiu 70% do ano passado para cá”, mencionou o produtor Odair Alberto Pangracio, de Palmeira, região Sul do Paraná.
Em discussão
Na sequência, a técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR Elisangeles Souza apresentou as principais pautas da hortifruticultura em debate nas esferas estadual e federal. Entre elas, o Comitê Minor Crops Brasil, que surgiu a partir de demandas identificadas pela própria Comissão, em relação à regularização de registro de uso de agroquímicos e produtos biológicos para o manejo das Culturas com Suporte Fitossanitário Insuficiente (CSFI), também conhecidas como Minor Crops.
“A partir da estratégia formulada e implementada no Paraná, outros Estados adotaram a metodologia. Com isso, é possível elaborar estratégias de levantamento de demandas das Minor Crops, aproximando o setor produtivo e a pesquisa às indústrias químicas e biológicas e instituições que analisam o registro, ampliando o suporte fitossanitário”, destacou.
Ainda segundo Elisangeles, a disponibilização de soluções e alternativas para melhorar o manejo e controle de pragas contribui para a geração de produtos com qualidade e segurança para os consumidores. Desde 2012, foram 258 marcas comerciais registradas, cuja extrapolação de registro beneficiou mais de 90 culturas. Durante a apresentação, também foram debatidos conceitos de rastreabilidade, produção “on farm” de bioinsumos e deriva de agroquímicos.