Agro mineiro bate recorde e soma US$ 18,1 bilhões em exportações
Receita do setor cresce quase 13% entre janeiro e novembro de 2025, impulsionada principalmente pela valorização do café no mercado internacional
Café lidera as exportações do agro mineiro e impulsiona recorde de receita em 2025. Foto: Diego Vaqrgas / Seapa
O agronegócio de Minas Gerais alcançou um novo recorde em 2025. Mesmo antes do encerramento do ano, as exportações do setor somaram US$ 18,1 bilhões entre janeiro e novembro, superando o resultado de todo o ano de 2024. O valor representa crescimento de quase 13% e se consolida como o maior da série histórica iniciada em 1997.
Apesar do avanço na receita, o volume exportado apresentou retração. No acumulado do ano, os embarques totalizaram cerca de 15,3 milhões de toneladas, queda de 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda assim, Minas Gerais exportou 643 produtos agropecuários diferentes para 177 países, o que reforça a diversidade da pauta exportadora.
Segundo o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, o desempenho reflete a maturidade do setor. De acordo com ele, mesmo com menor volume, o agro conseguiu aproveitar a valorização dos preços internacionais, especialmente do café. Atualmente, o agronegócio responde por quase 44% de tudo o que Minas Gerais exporta.
Café sustenta resultado histórico
Principal produto da pauta exportadora mineira, o café liderou o crescimento da receita. O preço médio internacional saltou de US$ 4.212 por tonelada para US$ 6.807, o que compensou a redução de 12,5% no volume embarcado. Como resultado, a receita com café atingiu US$ 10,16 bilhões, avanço expressivo de 41% em relação a 2024.
Esse desempenho confirmou a importância estratégica da cultura para o estado, além de mostrar a força do produto em momentos de maior valorização no mercado global.
Grandes cadeias enfrentam ajustes
Enquanto o café impulsionou os números, outras cadeias tradicionais sentiram os efeitos do mercado internacional. A soja registrou US$ 2,8 bilhões em exportações, com cerca de 7 milhões de toneladas embarcadas, refletindo uma demanda externa mais moderada e preços em queda.
O setor sucroalcooleiro também enfrentou um ano de ajustes. As exportações somaram aproximadamente US$ 1,8 bilhão, com retração tanto em valor quanto em volume, evidenciando a sensibilidade do segmento às oscilações do mercado global.
Diversificação ganha força na pauta exportadora
Ao mesmo tempo, o agro mineiro avançou na diversificação e no valor agregado. Produtos de nicho apresentaram crescimento expressivo, como ovos e derivados, que tiveram alta de 150%, além das frutas, com crescimento de 75%, e dos alimentos diversos, que avançaram 55%. O mel natural também registrou expansão, com aumento de 31%.
Para Thales Fernandes, embora esses produtos ainda representem menor volume, eles ampliam a presença de Minas Gerais em mercados mais especializados e ajudam a construir uma pauta mais resiliente.
Carnes e produtos florestais mantêm relevância
O segmento de carnes também contribuiu para o resultado positivo. As exportações de carne bovina, suína e de frango geraram US$ 1,7 bilhão, crescimento de 7%, impulsionadas pela boa demanda internacional e pelos preços favoráveis. O volume embarcado ficou em 463 mil toneladas.
Já os produtos florestais, como celulose, madeira e papel, somaram cerca de US$ 916 milhões em receita. Embora o valor tenha recuado, o volume exportado apresentou leve alta, sinalizando estabilidade do setor.
Resultado aponta estratégia e qualidade
O desempenho das exportações em 2025 confirma a capacidade do agronegócio mineiro de se adaptar a diferentes cenários. Mesmo com desafios no volume, o setor apostou em qualidade, diversificação e agregação de valor, garantindo um resultado histórico e fortalecendo sua posição no comércio internacional.
