Conforme aviso do BNDES divulgado em seu site, em menos de 60 dias após a liberação, estão suspensos novos pedidos de financiamento, "em razão do nível de comprometimento dos recursos", das seguintes linhas: Programa de Crédito Agropecuário Empresarial de Investimento; Programa para a Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Programa ABC+), exclusivamente para as linhas ABC+ Recuperação, ABC+ Orgânico, ABC+ Plantio Direto, ABC+ Integração, ABC+ Florestas, ABC+ Manejo de Resíduos, ABC+ Dendê, ABC+ Bioinsumos e ABC+ Manejo dos Solos; Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), exclusivamente na linha destinada a operações com taxa de juros prefixada de até 8,5% ao ano; Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga); Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro Giro).
O programa Moderfrota, com recursos de 10,16 bilhões (35% maior que o anunciado na safra 2021/22) tem apenas 38% disponível e deve acabar também nos próximos dias. A suspensão é um balde de água fria no mercado, que estava entusiasmado logo após o lançamento do Plano Safra 2022/23. Tudo indica que os recursos devem mesmo se esgotar brevemente.
A pergunta é: o agronegócio não deveria ser prioridade do Governo Federal? Temos ainda mais 11 meses pela frente e o mercado assiste o governo aprovar o "orcamento secreto" na faixa de R$ 19 bilhões, um valor bem maior do que os R$ 10,16enbsp; bilhões do Moderfrota.enbsp;
Mas ainda assim, segundo a Abimaq, o ano deenbsp; 2022 não vai ser ruim. Segundo a entidade, existe ainda um arrasto da carteira (de pedidos que ainda serão faturados), mas a hora que acabar a carteira, em novembro, dezembro, talvez o mercado fique mais restritivo. O setor ainda vive seu terceiro ano de vendas excepcionais, mas 2023 vai depender da rentabilidade dos produtores, que depende dos preços das commodities, dos insumos, das safras americana e brasileira, da demanda chinesa.
O Governo federal ofereceu R$ 340,88 bilhões em crédito rural para o atual ciclo, montante 36% superior ao destinado na safra passada. Do total de recursos, R$ 246,28 bilhões foram destinados ao custeio e comercialização, alta de 39% em relação ao ano anterior. Outros R$ 94,6 bilhões serão para investimentos (+29%).