A diretoria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), presidentes de Federações da Agricultura estaduais e superintendentes do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) participaram da palestra “Cenários econômicos e seus desdobramentos para o Brasil”, na terça (30), com o economista Ricardo Amorim. O presidente da CNA, João Martins, destacou a importância do debate para atualizar os integrantes do Sistema CNA/Senar e discutir as próximas ações do setor agropecuário brasileiro.
“O objetivo é fazer uma radiografia do que está acontecendo no mundo e os reflexos na economia do nosso País. Temos que ter uma constante aquisição de conhecimento da realidade mundial para saber que medidas precisamos tomar aqui dentro”, afirmou João Martins. Durante a apresentação, Ricardo Amorim avaliou o comportamento da economia brasileira e mundial nos últimos anos, impactos na produção, desafios, oportunidades e perspectivas para o futuro. Ele analisou índices econômicos, desempenho dos principais setores produtivos , inflação e taxas cambiais, entre outros pontos.
Segundo o palestrante, inicialmente a economia brasileira sentiu o impacto da pandemia, mas reagiu e alcançou resultados recordes de crescimento no segundo semestre de 2020. Ricardo acredita que a alta do dólar favoreceu as exportações de commodities e aumentou ainda mais a competitividade do agro brasileiro. “Se não fosse o trabalho incansável e sensacional que todo o agro brasileiro teve neste último ano, não só no Brasil, mas em todo o mundo, nós teríamos ainda mais dificuldades. Essas 800 milhões de pessoas que vocês alimentam no Brasil e no mundo tem uma dívida de gratidão com o setor”, disse.
O cenário segue positivo neste ano com o consumo interno aquecido pelo auxílio emergencial e pela demanda internacional por alimentos, principalmente dos países asiáticos. Ricardo Amorim apontou algumas “megatendências” que deverão ocorrer no consumo mundial nos próximos anos e que precisam estar no “radar” dos produtores brasileiros. Entre elas estão a possibilidade das pessoas - com o acesso facilitado à informações - personalizarem a sua nutrição através de meios digitais, a capacidade das empresas de rastrear alimentos e os canais digitais remodelando o varejo de alimentos.
Como principal desafio para continuar crescendo e conquistar novos mercados, o economista reforçou a necessidade de melhorar a comunicação interna e externa do setor, especialmente para mostrar os elevados índices de preservação ambiental, produtividade e sustentabilidade da agropecuária nacional.
“Uma das coisas fundamentais que vocês precisam capitanear para fora e para dentro, isso vale desde a imagem do produto brasileiro lá fora até a percepção que a população urbana tem aqui dentro, é a comunicação. Ela precisa ser simples e objetiva e ter constância. É preciso focar na parte educacional e ajudar as pessoas da cidade a entenderem melhor a realidade do agro”, declarou Ricardo Amorim.