CVM facilita acesso de cooperativas ao FIAGRO e impulsiona o crédito no agronegócio
Medida recente permite que cooperativas agrícolas criem fundos com a participação de cooperados, fornecedores e clientes, ampliando as fontes de financiamento para o setor

Deputado Arnaldo Jardim, autor da lei que criou os FIAGROs e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou, nesta semana, a flexibilização das regras que possibilitam às cooperativas agrícolas criar Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (FIAGROs). Com essa mudança, cooperados, clientes, fornecedores e funcionários das cooperativas poderão agora se tornar investidores desses fundos.
Essa nova medida permite que os FIAGROs adquiram títulos emitidos pelos produtores, enquanto a cooperativa continua a administrar o fluxo de caixa, a armazenagem e a venda dos produtos para liquidar com o fundo. Em termos práticos, as cooperativas terão a oportunidade de concentrar uma parte significativa de suas operações por meio dos FIAGROs, o que garante maior previsibilidade e oferta de recursos para os cooperados.
Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), autor da lei que criou os FIAGROs e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), afirmou que a decisão da CVM fortalece o papel do mercado de capitais no agronegócio. Ele acredita que essa medida ampliará as opções de financiamento para os produtores rurais, permitindo que os cooperados possam investir diretamente nos fundos vinculados às suas cooperativas. “É uma situação vantajosa para todos: o cooperado passa a ter a oportunidade de investir, e o produtor ganha novas fontes de financiamento para o seu negócio”, comentou.
João Pedro Nascimento, presidente da CVM, também enfatizou o apoio da autarquia aos FIAGROs desde o início da proposta, destacando que a decisão reforça o compromisso da Comissão com o desenvolvimento do setor agropecuário por meio do mercado de capitais. Ele afirmou que “o lugar do agro é também no mercado financeiro”.
Desde a concepção da proposta pela FPA, os FIAGROs têm sido defendidos como uma alternativa para diversificar as fontes de financiamento do agronegócio, diminuindo a dependência de recursos públicos e atraindo mais capital privado. A nova regulamentação é vista como um passo importante para consolidar esse mecanismo como uma ferramenta eficaz no financiamento da produção agropecuária brasileira.
