O segundo semestre de 2023 contou com instabilidades climáticas constantes no território brasileiro. Fortes chuvas na região sul, ondas de calor superando 40 graus em diversos estados brasileiros; todas as situações sob influência do fenômeno El Ninõ. Os impactos dessas variações no clima atingiram diretamente o agronegócio no país.
“Nossos dados indicam para o mês de dezembro uma colheita de 156,7 milhões de toneladas de soja, esse número já foi revisado para baixo em duas ocasiões. Para 2024, prevemos um crescimento de aproximadamente três milhões de toneladas, o número reflete as complexidades na execução da cultura, visto que desenvolvimento na infraestrutura do brasil cresce a um ritmo bem menor do que a produtividade da indústria”, comenta Felipe Jordy, coordenador de inteligência e consultoria.
O clima segue sendo o principal vilão do agro brasileiro. Especialmente no centro-oeste, o índice de seca persiste piorando e registrando valores maiores que o histórico. No Mato Grosso, por exemplo, as regiões de Sinop, Sorriso, Alto Araguaia e Campo Novo do Parecis seguem alocados em seca severa ou extrema.
Já o cenário mundial para 2024 é de recomposição dos estoques de produtos. É possível prever boas recuperações na oferta da região da Argentina, saindo de uma colheita de 25 milhões de toneladas, para uma produção mais normal, de cerca de 50 milhões de toneladas de soja, tendo o milho a mesma situação.
“Tudo isso acontecendo em um cenário onde a demanda pelos produtos parece retornar a uma curva de crescimento normal, principalmente se olharmos o comportamento da China. Nesse contexto, o cenário de preços deveria ter um sustento nos níveis atuais e veríamos os atores da cadeia se focando principalmente na colheita e execução”, finaliza Felipe.