Com 28,2 milhões de trabalhadores, agronegócio sustenta um quarto das ocupações do país
Setor impulsiona mercado de trabalho em 2024 com aumento de empregos e maior presença feminina

Com mais mulheres e trabalhadores qualificados, o agro segue como pilar do mercado de trabalho no Brasil. Foto: Canva

O agronegócio brasileiro empregou 28,2 milhões de pessoas em 2024, alta de 1% frente ao ano anterior — o equivalente a cerca de 278 mil trabalhadores a mais. Os dados são de levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Com isso, o setor respondeu por 26,02% do total de ocupações no País ao longo do ano.
Segundo os pesquisadores do Cepea/CNA, o crescimento foi puxado principalmente pelos segmentos de insumos, agroindústrias e agrosserviços. No caso dos insumos, a expansão foi de 3,6%, com destaque para a indústria de rações, que cresceu 14,6% e adicionou mais de 18 mil pessoas à força de trabalho. Já as agroindústrias tiveram alta de 5,2%, com aumento de 231,76 mil trabalhadores.
Entre as atividades industriais, os destaques foram o abate de animais (+7,2% ou 43.760 pessoas), fabricação de massas e outros alimentos (+10,4% ou 40.617 pessoas), móveis de madeira (+6,6% ou 32.167 pessoas) e moagem de produtos amiláceos (+14,6% ou 22.588 pessoas). Somados, esses segmentos adicionaram mais de 139 mil trabalhadores à agroindústria brasileira. A expansão também aqueceu a cadeia de serviços, fazendo com que os agrosserviços crescessem 3,4%, com 337,65 mil novas ocupações.
Na contramão, o segmento primário registrou queda de 3,7% no total de trabalhadores — o equivalente a uma redução de 302 mil pessoas. A agricultura recuou 3,1% (menos 167 mil pessoas), enquanto a pecuária caiu 4,7% (menos 135 mil pessoas).
A análise também aponta que o crescimento no número de trabalhadores formais e a maior participação de profissionais com maior escolaridade continuam como tendências do setor. Outro fator relevante em 2024 foi o aumento da presença feminina no agronegócio.
Além disso, os rendimentos mensais médios dos empregados no agro cresceram 4,5% em relação a 2023 — superando a alta de 4,0% registrada no mercado de trabalho geral. Entre os empregadores do setor, o avanço foi de 1,6%, abaixo da média nacional (2,9%). Já os trabalhadores por conta própria viram seus rendimentos subirem 3,3%, também abaixo do registrado no mercado geral (5,7%).
