As revoluções agrícola, industrial e tecnológica foram responsáveis por transformar uma busca para atender necessidades básicas em uma procura incansável por satisfazer desejos aspiracionais. Na primeira, o cultivo era realizado para sustentar, desenvolvido por meio de soluções de serviço em larga escala - estratégia aplicada pelas tribos - na segunda, o aumento dessa escala foi focado no produto, dado o crescimento populacional e, igualmente, a expansão dos “desejos”. Já na terceira, com a globalização da informação, "Software as a Solution" - ou software como solução - tornou-se um mantra. A velha biblioteca da Praça da República, as folhas de almaço e as horas copiando textos de livros empoeirados, são relíquias do passado.
No presente, tudo é resolvido por um dispositivo chamado smartphone, que não demanda saídas do sofá. A revolução tecnológica 2.0 e a Inteligência Artificial (IA) facilitaram um aprendizado sem esforço. O ser humano está vivendo, sem dúvidas, o melhor momento da história. Agora, sob o aspecto do empreendedorismo, o foco é entender a fase atual, aprendê-la e, enfim, vivenciar o sucesso.
Nessa “revolução do sucesso”, o modelo mental de simplesmente criar ferramentas e vender atributos se transformou em uma era de customer centricity - ou centralização no cliente -, onde a efetividade de uma marca é guiada por 4R’s:
Reconhecimento: elevar o valor da marca;
Relacionamento: manter o foco no cliente;
Relevância: estabelecer conexões que enriquecem o propósito do cliente;
Reputação: cuidar da integridade da marca e ser parte da história do cliente.
A boa notícia é que alguns exemplos práticos desta aplicação já foram estabelecidos e podem ser analisados e aplicados por outros negócios. Dentre eles, a Uber, que removeu toda a complexidade do processo de deslocamento e colocou uma alternativa de transporte na palma da mão, e o iFood, em que a preocupação não é sobre a origem da comida, mas sim em recebê-la pronta e no conforto do lar.
O desafio, na verdade, está justamente em colocar no lugar de um processo moroso, inspiração, realização e sucesso. Nem só presença nas mídias gera resultados, especialmente em um tempo em que a presença dos clientes é muito mais passiva. É preciso entender que o foco está totalmente em suprir e evoluir conforme as necessidades do consumidor. Para vivenciar a revolução do sucesso da melhor forma, as marcas devem ser escolhidas não pelo que oferecem, mas pelo que representam.
Evandro Lopes é CEO e fundador da SLComm, especialista em marketing e neurociência