Se eu tivesse que resumir o pregão de hoje na CBOT para o complexo da soja, pediria para que você imaginasse um cabo de guerra, em que, numa ponta temos o óleo e na outra o farelo, sendo a bandeira ao centro, o grão. Esta analogia expressa bem o pregão de hoje, quando, pela manhã, vimos os futuros da soja caírem cerca de 12 cents/bu, sendo puxado majoritariamente pelo farelo da soja, reagindo a especulações de que a Argentina poderia voltar com o programa de Soy dólar, o que faz bastante sentido para o produtor, uma vez que a diferença entre o câmbio oficial e o dólar paralelo bateu novamente o patamar de 25%. Com esse estímulo, o produtor sente-se mais confortável em vender, aumentando assim o farmer selling.
Para o trigo e para o milho o dia foi bem calmo, trigo encerrou com queda de -0,59% e o milho com queda de -0,11%.Na B3. o milho maio teve bastante oscilação, chegou a negociar com -1,3% de queda e fechou com 1,29% de alta. O clima mais quente e seco continua sendo o fator preponderante.
E aqui cabe uma ressalva, quando as chuvas voltarem devemos ver parte dessas altas sendo entregues, então é interessante o produtor ficar atento às atualizações de mercado e aproveitar esses momentos mais positivos de mercado para efetuar proteções de preços para os seus produtos. Na macroeconomia, tivemos notícia de calote da incorporadora chinesa Country Garden, a qual não pagou U$13,4 milhões. Isso gerou uma apreensão nos mercados e corroborou para a queda de várias mineradoras ao redor do globo e para uma queda de quase 3% nas cotações do minério de ferro.
A China fechou com queda de -0,4%, Hong Kong estável +0,02%. Para a Europa tivemos continuação do movimento de alta iniciado ontem, Euro Stoxx 50 subiu +0,37% e o destaque de alta ficou com a bolsa espanhol, acumulando uma alta de +1,65%. Para os EUA o dia foi negativo, SP 500 caiu -0,19% e a NASDAQ caiu -0,54%.