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Em 2024 o Brasil bateu recordes históricos de exportação de café

Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), neste ano foram exportadas 46,4 milhões de sacas de 60 kg, superando em 3,78% o recorde de 2020, de 44,7 milhões de sacas

Redação RuralNews
Publicado em 30/12/2024 | 23:34:00 1041 Views
Em 2024 o Brasil bateu recordes históricos de exportação de café, o que trouxe desafios logísticos do produto no Brasil. Um dos destaques dentro dentro desse cenário, foi a China, que vem aumentando significativamente o consumo de café no país,tornando-se o sexto maior destino do café brasileiro.

Tradicionalmente, os principais destinos do café brasileiro incluem Alemanha, Estados Unidos, Bélgica e Itália, mas em 2023, o mercado chinês avançou 14 posições no ranking de compradores.Reconhecido como um dos produtos mais emblemáticos do comércio exterior brasileiro, o café ocupa um papel estratégico nas exportações do país.

Com estimativa de 6,2 milhões de sacas consumidas no ciclo 2024/2025 — acima das 5,8 milhões do período anterior —, o consumo de café na China segue em alta, impulsionado por parcerias estratégicas. Entre elas, destaca-se o recente acordo com a rede Luckin Coffee, que prevê a exportação de 4 milhões de sacas, reforçando a necessidade de maior eficiência logística para aproveitar esse potencial.

Líder mundial no segmento, o Brasil responde por cerca de 38% da produção global. Em 2024, o setor viveu um desempenho excepcional, batendo recordes históricos. Dados recentes do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) indicam que neste ano foram exportadas 46,4 milhões de sacas de 60 kg, superando em 3,78% o recorde de 2020, de 44,7 milhões de sacas.
Logomarca mini RuralNews Indicador do Café Robusta - CEPEA/ESALQ
Data
Valor R$
Var/dia
Var/mês
Valor US$
02-01-2025
1.851,63
1,04%
1,04%
300,34
30-12-2024
1.832,57
-0,24%
2,72%
296,53
27-12-2024
1.836,89
0,16%
2,96%
296,65
26-12-2024
1.833,97
-0,83%
2,80%
296,90
23-12-2024
1.849,38
0,68%
3,66%
298,77
20-12-2024
1.836,89
-1,09%
2,96%
303,12
19-12-2024
1.857,16
-0,92%
4,10%
303,66

No comparativo com o acumulado de janeiro a novembro de 2023 (35,1 milhões de sacas), o crescimento foi de 32,2%. Já o valor total das exportações do grão em 2024 chegou a US$ 10,4 bilhões até outubro, alta de 57,7% em relação ao ano passado.
Com exportações de café atingindo novos patamares, a alta demanda chinesa apresenta oportunidades e desafios estratégicos para o Brasil

Contudo, esse crescimento expressivo nas exportações de café evidenciou gargalos logísticos que comprometem a eficiência do comércio exterior brasileiro. De acordo com o Cecafé, os entraves no processo logístico resultaram em 1,7 milhão de sacas não embarcadas até outubro, o que gerou uma perda significativa de US$ 489,7 milhões (R$ 2,7 bilhões) em receita cambial.
Superar gargalos logísticos e preparar o setor para um mercado mais dinâmico depende de ações que unam inovação, planejamento e o uso inteligente de dados
Helmuth Hofstatter, CEO de empresa de comércio exterior.

Além disso, os desafios nos portos impuseram custos adicionais de R$ 30,4 milhões para os associados da entidade, incluindo despesas com armazenagem extra, detentions, pré-stacking e antecipação de gates.
Hofstatter: com o aumento das exportações para a China, temos a oportunidade de destacar o enorme potencial do Brasil como produtor de café
Hofstatter: com o aumento das exportações para a China, temos a oportunidade de destacar o enorme potencial do Brasil como produtor de café

"Ao longo do ano, observamos como os atrasos nos portos, a escassez de contêineres e o espaço limitado nas embarcações podem dificultar o comércio exterior brasileiro. Com o aumento das exportações para a China, temos a oportunidade de destacar o enormepotencial do Brasil como produtor de café. No entanto, os atuais gargalos logísticos podem dificultar o atendimento ao crescente mercado chinês", explicaHelmuth Hofstatter, CEO de uma empresa que trabalha com planejamento, monitoramento e automatização de operações do comércio exterior.

Atualmente, 69% do faturamento com as exportações de café vem de cargas originadas em Minas Gerais, com o Porto de Santos (SP) responsável por 69% do volume exportado. A concentração logística e os custos elevados geram a necessidade de soluções que melhorem o fluxo das operações e ampliem a capacidade de resposta dos exportadores.

Para lidar com esses desafios, é fundamental que o setor invista em inovação e em ferramentas tecnológicas capazes de trazer mais eficiência para a cadeia logística. Hofstatter explica que as tecnologias disponíveis hoje podem transformar o comércio exterior, ajudando empresas a monitorar tendências, antecipar problemas e otimizar recursos.

“O uso estratégico da tecnologia não é apenas uma tendência; é uma necessidade para que o Brasil mantenha sua posição competitiva no comércio exterior. Superar gargalos logísticos e preparar o setor para um mercado mais dinâmico depende de ações que unam inovação, planejamento e o uso inteligente de dados, beneficiando exportadores e toda a cadeia produtiva.”, finaliza Hofstatter.

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