Na 2ª Conferência Internacional Unem Datagro, ministro defende o etanol de milho como peça-chave para a produção sustentável de biocombustíveis no país.
Na 2ª Conferência Internacional Unem Datagro sobre Etanol de Milho, realizada nesta quinta-feira (3), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ressaltou a crescente relevância do etanol de milho para a matriz energética brasileira. O evento reuniu lideranças do setor, produtores, investidores e autoridades para discutir as oportunidades e desafios da produção de biocombustíveis no país.
Durante seu discurso, Fávaro enfatizou a importância do encontro para fortalecer o setor e debater soluções que garantam eficiência e competitividade. "Este é um evento de extrema relevância, não apenas para reconhecer a importância dos biocombustíveis, especialmente o etanol, mas também para discutir estratégias que consolidem sua participação na matriz energética", afirmou.
O ministro também destacou o apoio do governo federal e do Congresso Nacional na aprovação da Lei do Combustível do Futuro, que estabelece diretrizes para ampliar o uso de biocombustíveis no Brasil. "A produção de alimentos e de energias sustentáveis são atividades complementares", reforçou.
Fávaro destacou ainda que, no primeiro semestre de 2024, a mistura de etanol na gasolina alcançou 30%, demonstrando o compromisso do Brasil com fontes renováveis de energia. Segundo ele, essa iniciativa contribui para a redução de custos, controle da inflação dos combustíveis e fortalecimento da sustentabilidade no setor.
Sobre o biodiesel, o ministro pontuou os avanços na política energética nacional, mencionando a retomada gradual da mistura ao diesel. "O governo Lula corrigiu retrocessos que estavam ocorrendo no setor. O biodiesel, que deveria estar em B15, havia regredido para B10. Já retomamos para B14 e, em breve, atingiremos B15, impulsionando ainda mais essa cadeia produtiva", afirmou.
O presidente da Datagro, Plínio Nastari, ressaltou a contribuição da industrialização do milho para o setor agropecuário. "A produção de etanol de milho gera também DDG e óleo, fortalecendo a pecuária e impulsionando as exportações de carnes bovina, suína e de aves do Brasil", explicou.
Guilherme Nolasco, presidente executivo da Unem, destacou o crescimento expressivo da produção de etanol de milho no Brasil. "Há dez anos, Mato Grosso produzia 80 milhões de litros. Nesta safra, alcançamos 8 bilhões de litros, um crescimento de seis vezes na última década", pontuou.
O ministro também abordou a expansão das exportações agropecuárias, especialmente no Mato Grosso. "Nos últimos dois anos, as exportações do estado cresceram 43%, atingindo um novo recorde", destacou. Segundo ele, avanços na diplomacia comercial permitiram a abertura de 345 novos mercados internacionais, incluindo o recente progresso nas negociações para exportação de carne bovina ao Vietnã.
Fávaro também mencionou o Plano Safra e o foco no apoio aos médios produtores, por meio de iniciativas como o Pronamp, que busca oferecer condições semelhantes ao Pronaf para fortalecer a agricultura familiar. "Nosso objetivo é garantir o abastecimento alimentar com juros subsidiados. Trabalhamos para que este seja, novamente, o maior Plano Safra da história do Brasil", concluiu o ministro.