Os contratos negociados com soja operam em alta nos futuros de Chicago neste momento, manhã de segunda-feira, mais 11 cents, a U$ 15,00/ setembro. O mercado busca recuperar-se depois de ter registrado perdas de pouco mais de 3% na semana passada. O movimento positivo, no entanto, é tímido, uma vez que as condições climáticas vieram melhorando no decorrer de agosto.
– Na percepção dos técnicos do governo, o realinhamento das condições climáticas coloca os EUA na rota de uma safra cheia. No último levantamento,
a estimativa do USDA surpreendeu o mercado com 123,3MT, quando se esperava algo como 121,5MT. Produção em alta representa reposição de estoques e pressão sobre os preços.
– A demanda também segue comedida. O USDA confirmou que até agora foram exportadas 55,5MT, ante 59,7MT do mesmo período do ano passado. A meta deste ano agrícola, que se encerra neste fim de mês, é de 58,8MT – algo que dificilmente será alcançado.
– Logo mais no fim da tarde de hoje, o USDA irá divulgar uma nova atualização sobre as condições de desenvolvimento e o estágio das lavouras. Na semana passada 58% das áreas eram consideradas boas/excelentes; 93% haviam entrado em floração e 74% em formação de vagens.
– Nesta semana, entre hoje quinta-feira, será realizado ao Crop Tour da ProFarmer pelos campos do Meio Oeste. Os relatos realizados a partir das observações de campo, bem como a estimativa de colheita de soja e milho, serão importantes para o balizamento do mercado.
– Mercado interno segue calmo, com preços pressionados. Produtores aguardam por melhores oportunidades; porém, a evolução da safra norte-americana entra na reta final recebendo melhores chuvas e caminhando para resultar numa produção minimamente normal. Internamente, o baixo ritmo da comercialização pode acumular maiores volumes para negociação na entressafra, dificultando preços acima da paridade externa. As apostas de preço incluem também o ritmo e as condições climáticas durante a fase de plantio e desenvolvimento da safra brasileira e argentina.
– A alta do custo do transporte segue como fator limitante na formação do preço de interior. Prêmios são indicados na faixa de 240/260.
– Indicações de compra entre R$ 180,00/182,00 no oeste do estado; entre R$ 188,00/190,00 em Paranaguá – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local de embarque.
MILHO
Preços do milho operam praticamente inalterados neste momento, manhã de segunda-feira, a U$ 6,28/setembro. Entre ganhos e perdas, a semana passada acabou fechando com queda de 2%. Na sexta-feira, houve ganhos 6 e 7 pontos nas posições mais próximas.
– Na sexta-feira, os ganhos foram atribuídos à alta dos preços de petróleo e do trigo – ambos os produtos têm muita ascendência sobre o milho. A elevação do petróleo favorece a demanda por milho pela via do etanol. O trigo, por sua vez, tem ligação com o milho uma vez que cerca de 20% é destinado para a produção de rações.
– Logo mais, no fim da tarde de hoje, será divulgado mais uma atualização do progresso da safra, levando em conta a qualidade e o andamento das lavouras norte-americanas. Na semana passada, 57% das áreas se apresentavam em boas/excelentes condições, 62% em formação de grãos e 16% com grãos já formados.
– A colheita de milho safrinha em território nacional chega a 87,4%, ante 79,6% do mesmo ponto do ano passado e 88,2% de média – informa a consultoria Safras eamp; Mercado. Por estado, os trabalhos atingem: 98,2% no Mato Grosso; 85,9% em Goiás; 82,4% no Mato Grosso do Sul; 75,6% no Paraná; 70,3% em São Paulo e 66,2% em Minas Gerais.
– Mercado doméstico se mantém lento, focado na paridade de exportação como piso para as cotações. Os produtores seguem adotando uma postura restritiva em relação às ofertas, o que pode acumular mais volumes para vendas na entressafra. Muitas integrações se mantêm fora do mercado, com atenção voltada para o recebimento de contratos negociados antecipadamente. A alta dos fretes é outro fator limitante na formação do preço.
– Mercado brasileiro segue atento em relação ao desenvolvimento da safra norte-americana e europeia, uma vez que os preços internacionais servem como balizador para as cotações domésticas.
– Indicações de compra na faixa entre R$ 80,00/82,00 no oeste do estado; em Paranaguá, entre R$ 87,00/89,00 – dependendo de prazos de pagamento e, no interior, também da localização do lote.