Defesa agropecuária 17-06-2025 | 8:55:00

Reconhecimento sanitário do Brasil fortalece exportações e trânsito animal no Paraná

Com o país livre de febre aftosa sem vacinação, Paraná amplia acesso a mercados internacionais e facilita transporte de animais

Por: Redação RuralNews

A partir desta segunda-feira (16), animais suscetíveis à febre aftosa poderão transitar em todo o território nacional, desde que acompanhados da documentação sanitária exigida. Até então, o trânsito era limitado aos estados de Acre, Rondônia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, além de municípios do Amazonas e Mato Grosso.
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Segundo Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), a mudança elimina restrições que impediam a entrada de bovinos de estados como São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no Paraná, mesmo após a interrupção da vacinação.
Certificação do Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação fortalece exportações e movimentação animal no Paraná. Foto: José Fernando Ogura/AEN


A certificação também abre portas para novos mercados internacionais. Países como Japão e Coreia do Sul exigem o status sanitário para firmar acordos comerciais envolvendo proteína animal. Maira Polatti Tomaz Sypniewski, da Divisão de Controle da Rastreabilidade Animal da Adapar, destaca que todo o país agora possui a mesma condição sanitária, mas reforça que a entrada de animais ainda depende do cumprimento das exigências legais, como a apresentação da Guia de Trânsito Animal e demais documentos.

Além de ganhos comerciais, o reconhecimento representa uma significativa economia. Com o fim da vacinação, cerca de 244 milhões de animais deixarão de ser imunizados, o que pode gerar uma economia de aproximadamente R$ 500 milhões, segundo o Mapa. O Paraná é o maior exportador de proteína animal do país, o que reforça a relevância do controle sanitário para manter a competitividade.

Com a nova fase, aumentam os desafios relacionados à fiscalização. Serão necessárias ações de vigilância ativa, atualizações dos rebanhos e habilitação de frigoríficos para exportação, visando manter o padrão exigido por mercados internacionais.

A criação da Adapar, em 2011, foi essencial para o avanço da sanidade agropecuária no estado. A autarquia possui autonomia técnica e financeira, o que permitiu fortalecer a fiscalização e garantir a elevação dos padrões sanitários.

Desde 2019, o Paraná substituiu a campanha de vacinação contra a aftosa pela atualização anual de rebanhos. A rastreabilidade e a sanidade são asseguradas por meio de cadastro obrigatório em maio e junho. A estruturação de barreiras sanitárias nas divisas estaduais e um inquérito epidemiológico com coleta de sangue de quase 10 mil animais em 330 propriedades também foram fundamentais para a certificação obtida.

Recentemente, o Chile autorizou a importação de carne suína do Paraná, após a confirmação do status sanitário. O estado é o segundo maior produtor de suínos do Brasil, e a conquista abre novas oportunidades comerciais para o setor.

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Texto publicado originalmente em Notícias
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