Produtor paranaense contratou menos crédito nesta temporada, segundo FAEP
Segundo a Federação da Agricultura do Paraná os pecuaristas paranaenses contrataram menos crédito do Plano Safra nesta temporada e buscaram alternativas em instituições privadas
Por: Redação RuralNews
Historicamente, no cenário nacional, o Estado é o maior tomador de crédito rural por meio dos programas do governo federal e também o que mais recorre à subvenção governamental para contratar o seguro rural.
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Apesar disso, em comparação com o mesmo período da temporada 2023/24, os produtores rurais paranaenses reduziram em 26% o volume contratado por meio dos programas governamentais, que passou de R$ 34,1 bilhões para R$ 25,6 bilhões. Por outro lado, houve crescimento na busca por crédito em instituições privadas, que aumentou 31,5% em relação à safra anterior.
“Esses dados apontam para um descompasso entre a visão do governo federal em relação a realidade e o desenvolvimento do campo. Os juros altos e a burocracia pública acabam afastando os produtores que precisam de crédito para produzir”, alerta o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “A burocracia está refletida na maior busca por linhas privadas de crédito. Hoje existe muita dificuldade de acesso ao crédito público”, complementa.
Além disso, a redução nas contratações pode ser atribuída a outros fatores macroeconômicos, como a volatilidade cambial e as expectativas negativas dos produtores em relação aos preços das principais commodities agrícolas. “Essas variáveis macroeconômicas têm pressionado o custo do crédito e elevado o grau de incerteza no setor”, afirma Anderson Sartorelli, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP.
Dos R$ 205,2 bilhões disponibilizados pelo Plano Safra 2024/25, os produtores paranaenses respondem pela contratação de R$ 25,6 bilhões (12,4%), até 31 de dezembro do ano passado. Deste montante, R$ 13,9 bilhões (54,8%) foram alocados em linha de custeio, destinados ao financiamento das despesas diretas com a produção.
Outros R$ 5,5 bilhões (21,5%) foram direcionados para investimentos. Para comercialização, os agricultores e pecuaristas captaram R$ 1,7 bilhão (6,3%), enquanto R$ 4,5 bilhões (17,2%) acabaram destinados ao financiamento da industrialização, essencial para o processamento e agregação de valor aos produtos agrícolas.
“Outro aspecto importante a ser considerado é a instabilidade das safras anteriores, que ampliou a incerteza no setor agrícola. Isso, somado a desafios como as variações climáticas e as dificuldades logísticas, pode ter contribuído para uma menor demanda por crédito agrícola, especialmente nas linhas voltadas para investimentos e modernização”, detalha Sartorelli.
Esse cenário destaca a importância da subvenção para a contratação de seguro rural, há décadas uma das principais bandeiras defendidas do Sistema FAEP, que cobra do governo federal mais recursos para esta finalidade. Em janeiro deste ano, o Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural trouxe novo corte de recursos no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), com a queda para R$ 820,2 milhões.
No final de janeiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) libera mais R$ 4,8 bilhões em recursos para operações de crédito rural no âmbito de programas do Plano Safra 2024/25, sendo R$ 2,7 bilhões para as linhas voltadas à agricultura empresarial e R$ 2,1 bilhões para agricultura familiar.
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Texto publicado originalmente em Notícias
Apesar disso, em comparação com o mesmo período da temporada 2023/24, os produtores rurais paranaenses reduziram em 26% o volume contratado por meio dos programas governamentais, que passou de R$ 34,1 bilhões para R$ 25,6 bilhões. Por outro lado, houve crescimento na busca por crédito em instituições privadas, que aumentou 31,5% em relação à safra anterior.
Entre julho e dezembro do ano passado, produtores reduziram tomada de crédito público, o que reflete a burocracia dos processos, aponta o Sistema FAEP
“Esses dados apontam para um descompasso entre a visão do governo federal em relação a realidade e o desenvolvimento do campo. Os juros altos e a burocracia pública acabam afastando os produtores que precisam de crédito para produzir”, alerta o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “A burocracia está refletida na maior busca por linhas privadas de crédito. Hoje existe muita dificuldade de acesso ao crédito público”, complementa.
Além disso, a redução nas contratações pode ser atribuída a outros fatores macroeconômicos, como a volatilidade cambial e as expectativas negativas dos produtores em relação aos preços das principais commodities agrícolas. “Essas variáveis macroeconômicas têm pressionado o custo do crédito e elevado o grau de incerteza no setor”, afirma Anderson Sartorelli, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP.
Dos R$ 205,2 bilhões disponibilizados pelo Plano Safra 2024/25, os produtores paranaenses respondem pela contratação de R$ 25,6 bilhões (12,4%), até 31 de dezembro do ano passado. Deste montante, R$ 13,9 bilhões (54,8%) foram alocados em linha de custeio, destinados ao financiamento das despesas diretas com a produção.
Outros R$ 5,5 bilhões (21,5%) foram direcionados para investimentos. Para comercialização, os agricultores e pecuaristas captaram R$ 1,7 bilhão (6,3%), enquanto R$ 4,5 bilhões (17,2%) acabaram destinados ao financiamento da industrialização, essencial para o processamento e agregação de valor aos produtos agrícolas.
“Outro aspecto importante a ser considerado é a instabilidade das safras anteriores, que ampliou a incerteza no setor agrícola. Isso, somado a desafios como as variações climáticas e as dificuldades logísticas, pode ter contribuído para uma menor demanda por crédito agrícola, especialmente nas linhas voltadas para investimentos e modernização”, detalha Sartorelli.
Esse cenário destaca a importância da subvenção para a contratação de seguro rural, há décadas uma das principais bandeiras defendidas do Sistema FAEP, que cobra do governo federal mais recursos para esta finalidade. Em janeiro deste ano, o Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural trouxe novo corte de recursos no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), com a queda para R$ 820,2 milhões.
No final de janeiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) libera mais R$ 4,8 bilhões em recursos para operações de crédito rural no âmbito de programas do Plano Safra 2024/25, sendo R$ 2,7 bilhões para as linhas voltadas à agricultura empresarial e R$ 2,1 bilhões para agricultura familiar.
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