Produção de etanol de milho cresce no Brasil e coloca Mato Grosso do Sul entre os líderes do setor
O Estado ocupa a segunda colocação na produção nacional do biocombustível
Por: Redação RuralNews
Segundo dados do Projeto SIGA-MS, coordenado pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), a segunda safra de milho 2024/2025 deve disponibilizar cerca de 10,2 milhões de toneladas do grão para os mercados interno e externo. Desse total, menos de 1 milhão de toneladas tem previsão para exportação.
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De acordo com Mateus Fernandes, analista econômico da Aprosoja/MS, o consumo interno é o principal destino do milho no Estado.
“A produção de etanol e a fabricação de ração animal representam mais da metade do uso do milho em Mato Grosso do Sul. Além disso, uma parte significativa é enviada para outros estados, como Paraná e Santa Catarina, para alimentação de aves, suínos e bovinos.”
O etanol produzido a partir do milho vem ganhando espaço como uma alternativa sustentável e estratégica na matriz energética brasileira. O Brasil é atualmente o terceiro maior produtor mundial de milho, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e China. Nos últimos cinco anos, a produção nacional de etanol de milho aumentou 293%, passando de 1,6 bilhão de litros na safra 2019/20 para 6,3 bilhões de litros na safra 2023/24, segundo dados da União Nacional do Etanol de Milho (Unem).
A previsão para a safra 2025/26 indica um crescimento de 20% na produção de etanol, que deve chegar a 9,9 bilhões de litros. Mato Grosso continua liderando, com estimativa de 5,98 bilhões de litros, seguido por Mato Grosso do Sul, com 2,07 bilhões, e Goiás, com 831 milhões de litros.
Na safra 2023/24, Mato Grosso do Sul produziu 4,2 bilhões de litros de etanol, dos quais cerca de 37% — aproximadamente 1,55 bilhão de litros — foram derivados do milho. A expectativa é que o volume total atinja 4,7 bilhões de litros, com o etanol de milho representando 2,07 bilhões, consolidando o Estado como o segundo maior produtor nacional desse combustível.
“O crescimento do etanol de milho fortalece a economia regional e diversifica a matriz energética do Brasil, alinhando-se aos objetivos de sustentabilidade e redução de emissões. Mato Grosso do Sul se firma como referência nacional na produção de biocombustíveis”, afirma Jorge Michelc, presidente da Aprosoja/MS.
Conforme dados da Biosul, o Estado conta com 22 usinas de bioenergia em operação — 19 processam cana-de-açúcar e três utilizam o milho. O setor emprega cerca de 30 mil trabalhadores diretamente, com salários acima da média estadual, e representa 17% do PIB industrial de Mato Grosso do Sul.
Mateus Fernandes destaca que a demanda chinesa por DDG brasileiro está crescendo e pode atingir até 7 milhões de toneladas por ano — quase o dobro da produção brasileira atual, que foi de 4,2 milhões de toneladas na safra 2024/25. Mato Grosso do Sul produziu 1,2 milhão de toneladas, cerca de 30% do total nacional, se consolidando como um dos maiores polos desse mercado.
“O aumento das exportações de DDG deve valorizar o produto e beneficiar usinas e agricultores locais, estimulando a expansão das áreas plantadas de milho”, comenta Mateus.
No entanto, ele alerta que o crescimento das exportações pode reduzir a oferta interna de DDG, pressionando os preços para pecuaristas e confinadores que dependem desse farelo como fonte proteica na ração animal.
A chegada da China como grande compradora traz um novo cenário para o setor agroindustrial de Mato Grosso do Sul, que deverá equilibrar a demanda externa com as necessidades do mercado doméstico. Com uma logística eficiente, o Estado pode consolidar seu protagonismo na bioenergia e na exportação de coprodutos.
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Texto publicado originalmente em Notícias

Foto: Aprosoja/MS
De acordo com Mateus Fernandes, analista econômico da Aprosoja/MS, o consumo interno é o principal destino do milho no Estado.
“A produção de etanol e a fabricação de ração animal representam mais da metade do uso do milho em Mato Grosso do Sul. Além disso, uma parte significativa é enviada para outros estados, como Paraná e Santa Catarina, para alimentação de aves, suínos e bovinos.”
O etanol produzido a partir do milho vem ganhando espaço como uma alternativa sustentável e estratégica na matriz energética brasileira. O Brasil é atualmente o terceiro maior produtor mundial de milho, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e China. Nos últimos cinco anos, a produção nacional de etanol de milho aumentou 293%, passando de 1,6 bilhão de litros na safra 2019/20 para 6,3 bilhões de litros na safra 2023/24, segundo dados da União Nacional do Etanol de Milho (Unem).
A previsão para a safra 2025/26 indica um crescimento de 20% na produção de etanol, que deve chegar a 9,9 bilhões de litros. Mato Grosso continua liderando, com estimativa de 5,98 bilhões de litros, seguido por Mato Grosso do Sul, com 2,07 bilhões, e Goiás, com 831 milhões de litros.
Na safra 2023/24, Mato Grosso do Sul produziu 4,2 bilhões de litros de etanol, dos quais cerca de 37% — aproximadamente 1,55 bilhão de litros — foram derivados do milho. A expectativa é que o volume total atinja 4,7 bilhões de litros, com o etanol de milho representando 2,07 bilhões, consolidando o Estado como o segundo maior produtor nacional desse combustível.
“O crescimento do etanol de milho fortalece a economia regional e diversifica a matriz energética do Brasil, alinhando-se aos objetivos de sustentabilidade e redução de emissões. Mato Grosso do Sul se firma como referência nacional na produção de biocombustíveis”, afirma Jorge Michelc, presidente da Aprosoja/MS.
Conforme dados da Biosul, o Estado conta com 22 usinas de bioenergia em operação — 19 processam cana-de-açúcar e três utilizam o milho. O setor emprega cerca de 30 mil trabalhadores diretamente, com salários acima da média estadual, e representa 17% do PIB industrial de Mato Grosso do Sul.
DDG e DDGS — subprodutos do etanol de milho
Além do combustível, a produção de etanol gera coprodutos importantes para a nutrição animal, como DDG e DDGS (farelos secos de destilaria com solúveis). Esses produtos têm alto valor nutritivo e são usados na alimentação de bovinos, suínos, aves, peixes e até animais domésticos.Mateus Fernandes destaca que a demanda chinesa por DDG brasileiro está crescendo e pode atingir até 7 milhões de toneladas por ano — quase o dobro da produção brasileira atual, que foi de 4,2 milhões de toneladas na safra 2024/25. Mato Grosso do Sul produziu 1,2 milhão de toneladas, cerca de 30% do total nacional, se consolidando como um dos maiores polos desse mercado.
“O aumento das exportações de DDG deve valorizar o produto e beneficiar usinas e agricultores locais, estimulando a expansão das áreas plantadas de milho”, comenta Mateus.
No entanto, ele alerta que o crescimento das exportações pode reduzir a oferta interna de DDG, pressionando os preços para pecuaristas e confinadores que dependem desse farelo como fonte proteica na ração animal.
A chegada da China como grande compradora traz um novo cenário para o setor agroindustrial de Mato Grosso do Sul, que deverá equilibrar a demanda externa com as necessidades do mercado doméstico. Com uma logística eficiente, o Estado pode consolidar seu protagonismo na bioenergia e na exportação de coprodutos.
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