Soja 29-10-2025 | 16:27:00

Plantio de soja em Goiás avança lentamente e preocupa produtores com janela da safrinha

Atraso no plantio da soja em Goiás gera alerta entre produtores e técnicos sobre riscos para o milho da segunda safra

Por: Redação RuralNews

Chuvas irregulares dificultam o avanço

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De acordo com o Ifag, o ritmo lento resulta da transição hídrica atípica observada em outubro. O mês apresentou chuvas irregulares e influência do fenômeno La Niña, que concentra precipitações em eventos curtos e desiguais. “Apesar do fim do vazio sanitário em 25 de setembro, muitos produtores aguardam maior regularidade. Apenas na última semana, com volumes acima de 50 mm em regiões-chave, o plantio avançou de forma mais consistente e alcançou cerca de 800 mil hectares”, explica Leonardo Machado, gerente técnico do Ifag.
Atraso no plantio de soja em Goiás preocupa produtores. Foto: Sistema Faeg / Divulgação


Regiões apresentam ritmos diferentes



O Sudoeste goiano mantém o melhor desempenho até o momento. Montividiu já plantou 70% dos 135,2 mil hectares previstos. Em Rio Verde, o índice chegou a 50% dos 430 mil hectares. Mineiros segue com 40% dos 126 mil hectares, enquanto Chapadão do Céu atingiu 30% dos 100 mil hectares.

Por outro lado, o Entorno do Distrito Federal e o Sudeste do Estado continuam com avanços lentos. Cristalina e Luziânia estão em torno de 3%, e municípios como Catalão e Silvânia seguem paralisados. Esses produtores esperam chuvas mais regulares para garantir boa emergência e uniformidade do estande.

Recomendações para reduzir riscos



Diante desse cenário, o Ifag reforça orientações técnicas para mitigar riscos. “Estamos recomendando o escalonamento do plantio e a priorização de cultivares de ciclo médio ou precoce, especialmente para preservar a janela da safrinha de milho”, afirma Machado.

Ele destaca que o atraso da soja pode empurrar o milho para a segunda quinzena de fevereiro. Nesse caso, aumentam as chances de déficit hídrico e de eventos climáticos adversos durante a colheita. Além disso, a preferência do produtor pelo milho na segunda safra permanece elevada, impulsionada pela liquidez e pelas opções de comercialização, como barter e travamento de preços.

Dessa forma, manter o calendário ajustado torna-se essencial para reduzir perdas e aproveitar melhor o potencial produtivo.

Projeções e importância do monitoramento



O Ifag avalia com cautela as projeções nacionais da safra. Enquanto a Conab estima aumento de 3,6% na produção de soja, totalizando 177,64 milhões de toneladas, o instituto goiano prevê incremento mais modesto de 0,5% para o Estado. As incertezas climáticas regionais explicam a diferença entre as estimativas.

“Nossa análise considera não apenas os dados de campo, mas também a variabilidade das condições hídricas”, ressalta Machado. Segundo ele, as condições em Goiás seguem favoráveis, com baixo nível de restrição hídrica. No entanto, a primeira quinzena de novembro será decisiva para consolidar o estande e garantir umidade adequada do solo.

Além disso, o Ifag mantém atualizações diárias por meio de boletins técnicos, parcerias com sindicatos rurais e plataformas digitais. O objetivo é orientar decisões estratégicas dos produtores e fortalecer a cadeia agropecuária goiana com base em informações atualizadas e precisas.

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Texto publicado originalmente em Notícias
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