Citricos 15-01-2025 | 17:03:00

Goiás aperta cerco ao Cancro Cítrico e o HLB no Estado

Entre as medidas definidas pela Agrodefesa está a orientação sobre aquisição de mudas de citros apenas de viveiros cadastrados, que evita a propagação de mudas infectadas com as pragas

Por: Redação RuralNews

“Precisamos reforçar a importância da fiscalização na produção e comercialização de mudas de citros. Muitas vezes a população em geral desconhece o risco que existe no comércio ilegal, pois as pragas podem, a princípio, não ser reconhecidas, mas uma vez que as mudas se encontram contaminadas podem comprometer a produção no Estado”, alerta o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
VEJA TAMBÉM:

“Os produtores com áreas comerciais têm conhecimento da obrigatoriedade de adquirir mudas sadias e com origem, mas o cidadão precisa entender da obrigação de adquirir mudas sadias e com origem, mesmo para áreas de lazer, ou seja, não comerciais, para não se tornarem disseminadores de pragas”, complementa.
A Agrodefesa reforça a importância da fiscalização na produção e comercialização de mudas de citros


Atualmente, Goiás conta com 11 viveiros produtores de mudas de citros cadastrados no Mapa e na Agrodefesa, localizados em cinco municípios do Estado: Anápolis, Goiânia, Goianira, Itaberaí e Goiatuba. A produção para a safra 2024 é estimada em 750 mil mudas e a expectativa é de crescimento para a safra 2025, com o cadastro de mais dois viveiros, podendo chegar a 1,72 milhão de mudas, que serão comercializadas nos estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins e Mato Grosso.

“O Estado de Goiás é considerado área de expansão de fronteira da citricultura no País, e com o aumento da área plantada e a procura por mudas cítricas, os produtores nem sempre encontram as mudas para compra de imediato nos viveiros cadastrados e compram mudas sem origem, mais baratas, e com pragas, instalando assim os pomares com pouca produção e disseminando pragas”, explica gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio.

“A Agrodefesa tem realizado, em todo o estado, trabalho constante de destruição de mudas ambulantes com o objetivo de preservar a sanidade dos pomares no Estado e alerta aos produtores que comprem mudas somente de viveiros cadastrados para o bem e crescimento da citricultura goiana.”

Produção controlada

A produção de mudas de citros em Goiás é regida por uma série de Instruções Normativas federais e estaduais. O objetivo é manter a sanidade das plantas, sobretudo em relação a pragas quarentenárias como o Cancro Cítrico e o HLB, também conhecido como Greening.

Entre as determinações estão a proibição do sistema de produção de mudas cítricas a “céu aberto”, sendo obrigatória a produção em viveiros telados (IN nº 08/2003); a comercialização de material propagativo de mudas produzidas e comercializadas no Estado, mediante o acompanhamento dos documentos obrigatórios de Autorização de Trânsito Vegetal (ATV), Termo de Conformidade e Nota Fiscal (IN nº 07/2016); e o comércio de mudas interestadual acompanhado dos documentos de Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), Termo de Conformidade, Nota Fiscal e Autorização para Aquisição de Mudas (IN nº 10/2008). Também são determinadas as normas técnicas para a produção de material propagativo, incluindo o cadastro dos viveiros e produtores no Mapa e na Agrodefesa (IN Mapa nº 48/2013).

A coordenadora do Programa de Citros da Gerência de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Mariza Mendanha, ressalta que outra normativa de extrema importância é a IN nº 04/2011, que proíbe o comércio ambulante de quaisquer espécies de mudas, mesmo acompanhadas de documentação de comprovação de origem. Segundo a instrução, o comércio ambulante não garante identidade, qualidade e segurança fitossanitária requerida pelos usuários desses materiais.

“Essas mudas são as grandes disseminadoras das pragas. A importância de adquirir mudas sadias, livres de pragas quarentenárias e de importância econômica, provenientes de viveiros cadastrados e certificados, determina o sucesso ou o fracasso do pomar, seja comercial ou de fundo de quintal”, complementa.

Pragas presentes no Estado

De acordo com o monitoramento de rotina e o levantamento anual realizado pela Agrodefesa, atualmente Goiás possui o reconhecimento pelo Mapa de três status fitossanitários para o Cancro Cítrico: Área sob erradicação (Itajá, Jataí, Lagoa Santa, Itarumã e São Simão); Área sob Sistema de Mitigação de Risco (Inaciolândia, Cachoeira Dourada, Itumbiara, Rio Verde, Quirinópolis, Gouvelândia, Cromínia, Joviânia, Cachoeira Alta e Bom Jesus de Goiás); e Área sem Ocorrência (demais municípios).

Já em relação ao HLB, a ocorrência da praga está limitada e controlada, até o presente momento, em três municípios: Quirinópolis, Campo Limpo de Goiás e Anápolis.

“As mudas são os principais insumos utilizados na implantação do pomar de citros, sendo o ponto de partida para a obtenção de melhor desempenho no processo produtivo e também passo fundamental para se produzir frutas de qualidade com viabilidade econômica e com sanidade fitossanitária sadia, ou seja, livre de pragas”, finaliza Mariza.

Acesse a lista com os viveiros cadastrados e regularizados junto à Agrodefesa e ao Mapa, em Goiás: https://goias.gov.br/agrodefesa/programa-de-citros.

TAGS:
Greening - Cancro Cítrico - HLB


Texto publicado originalmente em Notícias
Leia também: