Uva 25-10-2025 | 7:00:00

Exportação de uva para os Estados Unidos cai 70%

Volume enviado aos EUA foi de 4% do total exportado no terceiro trimestre deste ano

Por: Redação RuralNews

O volume enviado aos norte-americanos representou apenas 4% do total exportado, um dos sete piores resultados para o período na série histórica do Comex Stat. No terceiro trimestre do ano passado, os Estados Unidos haviam recebido 38% da uva brasileira exportada.
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Redução histórica e redirecionamento de destinos

Argentina se torna principal destino da fruta brasileira. Foto: CNA / Divulgação


Entre julho e setembro, o Brasil exportou 6,8 mil toneladas de uva. O cenário preocupa ainda mais porque o setor já vinha enfrentando retração desde 2024, quando as exportações caíram 24% ante o ano anterior. No total, 58,9 mil toneladas foram enviadas ao exterior em 2024, enquanto, de janeiro a setembro de 2025, o volume acumulado foi de 19,3 mil toneladas, cerca de um terço do registrado em todo o ano anterior.

O Vale do São Francisco (PE/BA) segue como principal polo produtor de uvas de mesa. Com a perda de espaço nos Estados Unidos, os exportadores buscaram novos mercados. A Argentina absorveu mais de 50% do volume exportado no trimestre, consolidando-se como o principal destino no curto prazo. Além disso, Reino Unido e Países Baixos mantiveram relevância como portas de entrada para a fruta brasileira na Europa.

América Latina ganha espaço, mas com menor valor agregado



Segundo o Cepea, países da América Latina ampliaram participação nas compras de uva brasileira, embora com menor valor agregado. Esse redirecionamento ajudou a evitar sobresoferta no mercado interno, mas não compensou a perda de receita proveniente dos Estados Unidos.

O preço médio (FOB) da uva exportada caiu 22% no terceiro trimestre de 2025, passando de US$ 3,00 para US$ 2,40 por quilo, reflexo da menor competitividade frente a países como Chile, México e Peru.

Mercado interno mantém estabilidade



O Cepea avaliou que o tarifaço norte-americano representou um marco disruptivo, reduzindo de forma histórica a presença brasileira no mercado dos EUA. Já no mercado interno, entre agosto e outubro de 2025, a oferta controlada e a demanda firme ajudaram a sustentar preços estáveis, mesmo diante da entressafra em outras regiões produtoras.

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Texto publicado originalmente em Capa
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