Logística e Transporte 22-06-2021 | 6:22:00

Estudo revela que fretes do Nordeste para o Sul têm maior risco de roubos e acidentes

Levantamento, que analisou 130 mil fretes e mais de 300 sinistros, de 2018 a 2020, aponta que 76% dos sinistros de cargas registrados no período tiveram origem em acidentes e 24% foram relacionados a casos de roubo

Por: Redação RuralNews

O levantamento realizado pela plataforma serviu como base para a criação de seu novo produto, a FreteBras Risk, uma gerenciadora de riscos especializada em consulta e cadastro de motoristas, que utilizará tecnologia e inteligência artificial para comparar a compatibilidade dos caminhoneiros e veículos com as cargas, com um alto grau de precisão.
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"Nosso time de gestão de risco analisou dezenas de milhares de fretes para estabelecer as rotas com maior ou menor probabilidade de sinistros, assim como o tipo de mercadoria e o valor das cargas mais visadas. Com isso, fomos capazes de criar um sistema realmente eficiente para validar os motoristas que farão o transporte das cargas, o que trará mais segurança para o setor.", afirma Marco Raduan, Head de Gestão de Risco da FreteBras.


Trajetos e cargas com maior risco de sinistro


Considerando a taxa de roubos, condições da pista e riscos gerais que a via pode oferecer, o levantamento indica que, além do trajeto Nordeste - Sul, existe também um grande risco nos trajetos entre Nordeste e Sudeste e do Sudeste com direção ao Norte e Nordeste. As menores taxas de risco foram encontradas nos trajetos com origem no Sudeste e destino ao Centro-Oeste e também nos trechos com origem na região Norte com direção à região central do país.


Segundo os dados levantados pelo estudo, a região Sudeste detém 40% dos fretes e sinistros analisados, o que permitiu uma avaliação mais detalhada dos trajetos dentro da região. A pesquisa apontou que o maior risco está na rota originada no Rio de Janeiro com destino a São Paulo, seguida pelos trajetos de Minas Gerais com direção à capital paulista. As rotas com menor risco são as realizadas dentro do estado de São Paulo.


O estudo permitiu ainda a identificação dos tipos de mercadorias e seus valores com maior e menor probabilidade de sinistros. Eletrônicos, Fertilizantes, Combustíveis, Bebidas, Sucatas de alumínio, Aço e Cigarro estão entre as mais propensas a sofrer um sinistro, enquanto Produtos químicos, Eletrodomésticos e Têxteis estão entre as de menor risco.


No que se refere aos valores das mercadorias, a FreteBras Risk, que já conta com homologação da Sompo, HDI, Fairfax e Mapfre e está em negociações com outras 15 seguradoras, classifica as cargas em cinco níveis de risco de sinistralidade com base em seu valor de mercado: baixíssimo (menos de R﹩ 10 mil), baixo (entre R﹩ 10 mil e R﹩ 50 mil), médio (entre R﹩ 50 mil e R﹩ 100 mil), alto (entre R﹩ 100 mil e R﹩ 150 mil) e altíssimo (acima de R﹩ 150 mil).


Viagens mais seguras


Com o objetivo de reduzir prejuízos causados por atos ilícitos e acidentes, a FreteBras Risk analisa em poucos minutos cinco parâmetros de risco: o histórico do caminhoneiro, do veículo e de seus proprietários, os tipos de carga e seus respectivos valores de mercado e as rotas de maior e menor risco. As apurações são feitas através de bases de dados oficiais e públicas, bases de consultorias de risco contratadas e o próprio histórico de relação dos motoristas com a FreteBras, que já atua no mercado há 12 anos e possui em sua base de usuários cerca de metade dos caminhoneiros autônomos do Brasil (540 mil).


A empresa afirma que o seu motor de risco é capaz de avaliar a compatibilidade do motorista com a carga a ser transportada em um quinto do tempo que uma gerenciadora de risco tradicional levaria para executar a mesma tarefa. Em diversos testes realizados, o retorno de compatibilidade acontece em menos de 10 minutos.


"Avaliamos se o caminhoneiro está habilitado a conduzir o veículo necessário para realizar o frete consultado, se ele está livre de antecedentes criminais, além do histórico de relacionamento e sinistralidade dentro da FreteBras. Caso o veículo não seja do motorista, analisamos se o proprietário está em situação regular e se possui processos judiciais de pessoas e entidades associadas ao veículo", afirma Raduan.


De acordo com ele, as análises conseguem confirmar se a carga ou a rota têm alto índice de roubo ou acidente. "Agrupamos as mercadorias em tipos de produtos e cruzamos com o valor das cargas, chegando assim a uma matriz de pontuação de risco. Desta forma, conseguimos mostrar quais os riscos em relação à rota traçada no frete, algo inédito no setor", finaliza.


A FreteBras tem como objetivo a melhoria da segurança na sua plataforma e, consequentemente, do mercado de transportes rodoviários. Até o final de 2021 a expectativa é ter todos os 540 mil caminhoneiros cadastrados na plataforma devidamente validados pela gerenciadora de risco da empresa. 

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