Demanda por fertilizantes segue aquecida no Brasil

Além disso, para Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, o desempenho reforça a resiliência da demanda interna mesmo em um cenário de margens apertadas. “Apesar das relações de troca menos favoráveis e preços internacionais elevados, o Brasil mantém forte apetite por fertilizantes, refletindo a força do mercado e mudanças graduais no perfil dos produtos importados”, avalia.
O crescimento nas importações está ligado, por outro lado, ao aumento da participação de fertilizantes menos concentrados, como NP, SAM e SSP. Segundo Pernías, “produtos com menor concentração exigem maiores volumes para suprir as necessidades nutricionais, contribuindo para o patamar mais alto das compras externas do Brasil”.

Enquanto isso, no mercado interno, as entregas acumuladas entre janeiro e julho indicam alta de quase 11% em comparação ao mesmo período de 2024. O uso maior de fertilizantes de menor concentração também sustenta esse avanço.

No entanto, o padrão sazonal do consumo brasileiro exige cautela quanto à manutenção desse ritmo no último trimestre. Historicamente, a maior parte das compras ocorre antes do plantio da safra de verão. Assim, a partir de outubro, com os trabalhos de campo em andamento, o ímpeto de compra tende a cair. Portanto, os resultados finais de importações e entregas em 2025 dependerão das decisões comerciais dos próximos três meses.

O levantamento considerou apenas importações de amônia, DAP, enxofre, KCl, MAP, NAM, NP, SAM, SSP, TSP e ureia.

Seminário StoneX

O mercado de fertilizantes será tema do 8º Seminário StoneX – Desafios e Oportunidades para os Mercados de Commodities, que ocorre em 15 de outubro. As inscrições podem ser feitas aqui e são totalmente gratuitas. Não perca a chance de participar.
Texto publicado originalmente em Capa