Demanda por etanol anidro cresce com nova mistura
Demanda por etanol anidro pode crescer até 1,4 bilhão de litros com nova mistura na gasolina, fortalecendo a produção de milho e os biocombustíveis
Por: Redação RuralNews
Benefícios para o etanol de milho
A medida tende a beneficiar, sobretudo, as usinas de etanol de milho. Essas plantas operam com maior eficiência industrial e têm ampla oferta de matéria-prima no Centro-Oeste. Por outro lado, no setor canavieiro, o impacto deve ser mais limitado. Isso ocorre porque a produção segue estável e muitas usinas já anteciparam as exportações de açúcar com preços fixados.

Demanda por etanol anidro deve crescer com nova mistura na gasolina, fortalecendo o setor de biocombustíveis em Mato Grosso. Foto: Canva
De acordo com Giuseppe Lobo, diretor executivo da BIOIND MT, “a elevação da mistura sinaliza uma valorização importante do etanol anidro e coloca o biocombustível no centro da política energética brasileira. Mato Grosso, como maior produtor de etanol de milho do país, deve ter papel estratégico nesse novo cenário”.
Mudança no consumo e projeções
O aumento da mistura ocorre em meio a uma mudança no perfil de consumo. Entre janeiro e maio deste ano, o etanol hidratado recuou 2,28%, enquanto a gasolina C avançou 3,25%, segundo dados da ANP. No total, o consumo dos combustíveis do ciclo Otto foi de 27,34 milhões de m³ — alta de 1,39% frente ao mesmo período de 2024. Esse cenário reforça a importância estratégica do etanol anidro, cuja participação tende a crescer.
A produção de etanol no Brasil deve atingir 38 milhões de m³ na safra 2025/26. Desse total, 14,82 milhões de m³ serão de etanol anidro, o que representa alta de 7,7% em relação à safra anterior. Já o etanol hidratado deve manter o mesmo nível da temporada 2024/25, com 23,19 milhões de m³. Desde a safra 2017/18, o volume de anidro cresceu mais de 50%, refletindo o papel crescente da demanda por etanol anidro no abastecimento nacional.
Produção em Mato Grosso
Em Mato Grosso, a produção de etanol de milho chegou a 482,18 mil m³ no mês, enquanto a cana-de-açúcar respondeu por 152,98 mil m³. A moagem de milho totalizou 1,10 milhão de toneladas. Os coprodutos também apresentaram alta, com 231,42 mil toneladas de DDG/DDGS e 25,50 mil toneladas de óleo de milho. Já a produção de açúcar, derivado da cana, foi de 77,10 mil toneladas.
Cana-de-açúcar mantém papel complementar
Embora o milho concentre a maior parte da produção, a cana-de-açúcar continua sendo parte essencial da matriz energética do estado. Na safra 2025/26, a produção de etanol a partir da cana está estimada em 1,05 milhão de m³, valor próximo ao ciclo anterior. Em contraste, o etanol de milho deve alcançar 5,98 milhões de m³, mantendo Mato Grosso como o maior produtor nacional do biocombustível derivado do grão.
Por fim, a combinação entre as duas rotas tecnológicas garante resiliência ao setor. Além disso, amplia a oferta de energia renovável com alta eficiência, fortalecendo a cadeia de biocombustíveis no país.
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Texto publicado originalmente em Notícias
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