Agrodefesa atualiza normas do Bicudo-do-Algodoeiro em Goiás

Praga ameaça produção e exige atenção

O bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) pode causar perdas de até 70% da produção e aumentar os custos de manejo. Por isso, a atualização normativa atende à demanda do setor produtivo, garantindo maior rigor no transporte de fardos e caroço de algodão, além do funcionamento seguro de algodoeiras e confinamentos.

Governo e produtores unidos contra a praga

José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, reforça a parceria com os produtores: “O algodão é estratégico para Goiás. A atualização demonstra nosso compromisso em fortalecer a defesa agropecuária, garantindo segurança, produtividade e sustentabilidade.”

Além disso, Leonardo Macedo, gerente de Sanidade Vegetal, ressalta a importância da disciplina coletiva: “O programa atualizado orienta transporte, beneficiamento e manejo, reduzindo a infestação e prevenindo prejuízos econômicos.”

Por sua vez, Maxwell Carvalho, coordenador do Programa Estadual, destaca o diálogo com o setor: “O alinhamento entre produtores, transportadores, algodoeiras e governo mantém lavouras mais seguras e produtivas em Goiás.”

Cotonicultura goiana

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de algodão, atrás de China e Índia, respondendo por 13% da produção global. Assim, Goiás ocupa a sétima posição nacional, com expectativa de colher 138,2 mil toneladas na safra 2024/25. O Valor Bruto da Produção (VBP) do estado alcançou R$ 512,7 milhões, representando 1,5% do VBP nacional do algodão. Chapadão do Céu, Luziânia e Cristalina lideram a produção de pluma.

No mercado externo, a China é o principal destino do algodão goiano. Em 2024, o estado exportou 24,1 mil toneladas para o país asiático. Portanto, o controle do bicudo-do-algodoeiro é fundamental para manter a competitividade internacional.

Sobre o Bicudo-do-Algodoeiro

O bicudo é um besouro pequeno, cinza a castanho, com bico alongado. Introduzido no Brasil em 1983, tornou-se a principal praga do algodão. Os adultos perfuram botões florais e maçãs para se alimentar e depositar ovos, comprometendo produtividade e qualidade da fibra. Os sintomas incluem orifícios nos botões e capulhos, muitas vezes cobertos por cera, e galerias internas visíveis.

Principais mudanças na Instrução Normativa

A atualização inclui responsabilidade solidária do produtor e transportadores, criação de formulário padronizado de recepção de cargas, procedimentos obrigatórios para transporte de algodão em caroço e recomendações às algodoeiras, como limpeza de pátios, capacitação de equipes, fiscalização rigorosa de cargas e manutenção de ambientes livres de plantas voluntárias.

Além disso, os confinamentos devem manter áreas limpas, capacitar equipes sobre descarregamento correto e realizar fiscalização de caminhões na entrada das unidades. Consequentemente, a norma fortalece a prevenção e reduz os riscos de perdas econômicas para os produtores.
Texto publicado originalmente em Notícias