Sustentabilidade
02-05-2022 | 15:19:00
Por: Redação RuralNews
Empresas pedem aos candidatos à Presidência ações sustentáveis
Propostas lançadas pelo CEBDS visam garantir ganhos ambientais e sociais e um ambiente benéfico para os negócios no Brasil
Por: Redação RuralNews
No documento, o empresariado brasileiro destaca a importância da construção de um plano de ação para redução de emissões de metano, levando em consideração todas as fontes de emissão existentes no país, e o estabelecimento de diretrizes que incentivem essa diminuição, a exemplo do aproveitamento energético na forma de biocombustíveis, como o biogás. Este pedido se relaciona diretamente com o Compromisso Global do Metano, assumido pelo Brasil na Conferência da ONU (COP26), na Escócia, que consiste em diminuir em 30% as emissões de metano até 2030, em relação aos níveis de 2020.
O documento cita ainda a necessidade de promover sistemas alimentares com práticas agrícolas sustentáveis, de forma inclusiva e rastreável, que vão aumentar a produtividade, reduzir perdas e desperdícios e regenerar paisagens, além de contribuir para a erradicação da fome.
Em sua carta aberta, o CEBDS também aponta a necessidade de elaboração de um plano de ação prevendo medidas que viabilizem o reflorestamento de 18 milhões de hectares de florestas até 2030 e a recuperação de 30 milhões de hectares de áreas de pastagens degradadas. Esta é outra ação relacionada a um compromisso internacional: a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo, de novembro passado, que trata da necessidade de reverter a perda florestal e a degradação do solo até 2030, fomentando o desenvolvimento sustentável e promovendo uma transformação rural inclusiva.
"A sustentabilidade não é uma questão de governo, mas sim de Estado", afirma Marina Grossi, presidente do CEBDS. "Lideranças do agronegócio brasileiro estão comprometidas com uma economia verde. As empresas associadas ao CEBDS demonstram que estão agindo no combate ao aquecimento global e já desenvolvem tecnologias e ações para a remoção de metano de seu processo produtivo, o que pode colocar nossas empresas na dianteira", explica.
"Estamos em um momento de grande disrupção no modelo de desenvolvimento. Precisamos olhar para a frente e repensar o crescimento econômico para fazer valer a vantagem que o Brasil já tem: o grande potencial de uma economia limpa", destaca Marina Grossi.
Maurício Adade, presidente da DSM América Latina, uma das empresas signatárias do CEBDS, enfatiza que as propostas citadas no documento são diretrizes necessárias que dão luz aos desafios globais em torno da sustentabilidade. "O esforço do setor público e privado precisa ser contínuo para transformarmos a maneira como o mundo consome e produz alimentos". De acordo com Adade, é fundamental a criação de planos efetivos para que o Brasil alcance as metas com as quais se comprometeu. "Só assim podemos nos manter no caminho para tornar as práticas do agronegócio brasileiro mais sustentáveis, ao mesmo tempo que contribuímos para a melhoria da saúde do planeta e da sociedade. Nosso futuro depende disso", finaliza.
O documento é o primeiro passo de uma sequência de três ações que visam influenciar positivamente as agendas dos candidatos. Em junho o CEBDS promoverá um evento para propiciar o diálogo direto entre os candidatos e os empresários; em agosto, com todas as candidaturas oficializadas, as propostas trazidas na carta lançada hoje serão detalhadas e entregues pessoalmente aos candidatos e às suas equipes.
Esta é a terceira vez que o CEBDS apresenta sugestões para a agenda dos candidatos. Desde 2014 a entidade assessora os presidenciáveis em relação à sustentabilidade. O objetivo é contribuir com soluções que garantam a competitividade e prosperidade dentro dos quatro anos de mandato. Em relação ao documento lançado em 2018, por exemplo, três pontos tiveram importantes avanços: novas regras para o saneamento básico, estimulando investimentos e a melhoria no atendimento à população; a criação da lei sobre Pagamento por Serviços Ambientais; e a necessidade de criação de um mercado regulado de carbono no país.