Pecuária de corte 01/03/2024

Brasil segue com forte abate de vacas

O volume de vacas para abate é intenso em todo o Brasil o que garante as escalas acima de 10 ou 11 dias

Estes abates têm mantido as escalas de trabalho das indústrias frigoríficas confortáveis no Brasil

Fabiano Reis

Há um fator ligado ao mercado da pecuária bovina de corte que ainda não tem dado consolidado, mas que é facilmente observado pelos operadores. O abate de fêmeas, melhor dizer de vacas, está massivo no País, com intensidade parecida com aquela vista em 2023. É importante lembrar que há poucos levantamentos que conduzem as informações de abate no Brasil, o principal, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, traz dados trimestrais, de modo que sempre olhamos para o “passado”. O IMEA, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, traz os dados com mais frequência do Mato Grosso, dando algum alinhamento sobre o tema. O fato é que a percepção de maior abate de vacas não é uma sensação. Trata-se de uma realidade que será confirmado pelos dados oficiais em breve. Entretanto, são estes abates que têm mantido as escalas de trabalho das indústrias frigoríficas confortáveis no Brasil.
Para se entender melhor, o volume de vacas para abate é intenso em todo o Brasil o que garante as escalas acima de 10 ou 11 dias. Um dos motivos para o fator, além do descarte natural e sazonal de fêmeas, passa pelo preço, ainda insatisfatório dos bezerros. O cenário proporciona um interesse maior do pecuarista em enviar vacas para o gancho. Há também na operação a identificação do número menor de bois para abate nas praças produtoras.
A configuração descrito justifica os recuos, agora perceptíveis em todas as praças produtoras, nos preços praticados para o gado pronto (boi, vaca e novilha). Mesmo com uma boa resistência dos pecuaristas brasileiros, fundamentados em um bom volume de pastagens, a escala longa e a disponibilidade de animais para abate mantém a tendência de baixa.
Conversando com alguns amigos e amigas, que atuam com consultoria de mercado, confirmei uma tendência, cada vez mais clara, de uma pressão maior sobre os preços do gado pronto entre março e abril. Portanto, fator de atenção para o pecuarista brasileiro.

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