Pecuária de corte 26/04/2024

Boi orgânico tem sobrepreço entre 5% a 10% para o pecuarista

Basicamente, carne bovina orgânica advém do animal que se alimenta primordialmente de pasto, protegido e fertilizado sem uso de insumos químicos, e com eventual suplementação feita com grãos não-transgênicos

O custo de produção do boi orgânico é mais alto, mas tem sobrepreço entre 5% a 10%

Ronaldo Luiz

Uma das atrações da Anuga Select Brazil, feira agroalimentar realizada recentemente - na segunda semana de abril -, na capital paulista, foi a carne bovina orgânica proveniente do rebanho certificado pela Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO).
Criada em 2001 por nove pecuaristas da região do Pantanal sul-matogrossense, a entidade conta atualmente com 140 produtores, aproximadamente 200 fazendas, cerca de 450 mil cabeças, abate mensal próximo a 12 mil unidades e área certificada em torno de 1,4 milhão de hectares.
Basicamente, a carne bovina orgânica advém do boi que se alimenta primordialmente de pasto, protegido e fertilizado sem uso de insumos químicos, e com eventual suplementação feita com grãos não-transgênicos.
Silvio Balduino, gerente executivo da ABPO, diz que por estes diferenciais, o custo de produção do boi orgânico, de fato, é mais alto, mas que o investimento compensa diante do sobrepreço entre 5% a 10% - acima do indicador Cepea/Esalq-USP - que é pago pela arroba do animal por parte dos abatedouros.
O dirigente conta que os principais clientes hoje do boi orgânico são marcas de varejo de carnes especiais. "Os grandes frigoríficos são nossos parceiros como prestadores de serviço para o abate, mas não comercialmente no momento." Segundo Balduino, em maio a associação dará entrada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) no processo de criação do Selo de Indicação Geográfica da Carne Orgânica do Pantanal.

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