Opinião 04/03/2024

Maior pressão no preço da arroba do boi gordo pode ocorrer entre março e abril

A grande questão é que com a aceleração vista no envio de animais para abates, principalmente fêmeas

Não houve entre o final da última semana e segunda-feira mudança relevante na precificação da arroba

Fabiano Reis

A oferta de animais para abate segue elevada no Brasil, especialmente em São Paulo, parte do Centro-Oeste e Norte, o que tem trazido muito conforto para a indústria frigorífica propor preços mais baixos na negociação. A semana começa com compradores e vendedores se estudando, esperando algum alinhamento de mercado. Contudo, algumas fontes de informação têm posicionado escalas altas no Estado de SP, em torno de 15 dias, o que traz maiores preocupações e pressões no preço da arroba. Como já escrevi antes por aqui, a quantidade de fêmeas, principalmente vacas, na composição das escalas de abates é elevada e muitos têm a percepção de estar maior em fevereiro de 2024, frente ao mesmo período no ano passado. A tendência segue sendo de elevação de escalas, de participação de fêmeas e prejuízo nos preços da arroba do boi gordo e da novilha gorda. A maior parte dos pecuaristas que tenho consultado nos últimos 10 dias opta por colocar a venda os animais, cenário que deve ficar mantido em março.
A grande questão é que com a aceleração vista no envio de animais para abates, principalmente fêmeas, devemos ver as escalas ganhando ainda mais gordura, ficar acima de 20 ou 22 dias. Fatalmente, teríamos o período mais difícil para o preço da arroba do gado pronto entre o final do mês de março e abril.
Não houve entre o final da última semana e segunda-feira (4/3), mudança relevante na precificação da arroba (os operadores de mercado estão se estudando), com isso, em São Paulo a arroba do boi encontra-se em R$230,00, da vaca R$205,00 e novilha em R$220,00. No Mato Grosso do Sul, o boi segue com R$ 220,00 a arroba, vaca R$ 200,00 e novilha a R$ 210,00, preço bruto e a prazo nos dois estados.
O mercado atacadista paulista permanece com os preços dos cortes do traseiro do boi estáveis em R$ 18 por quilo. Por outro lado, há alta de 1,60% nos de cortes do dianteiro com preço a R$ 12,90 por quilo.

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