Milho
23-07-2022 | 20:40:00
Por: Luiz Carlos Pacheco
Milho: vender ou não vender? Não venda!
O mercado está muito pressionado por circunstâncias temporárias, com os efeitos da colheita de um volume quase 50% maior do que na mesma época do ano passado estão se fazendo sentir, com força
Por: Luiz Carlos Pacheco
No Rio Grande do Sul o custo total de produção da safra de verão, apurado pela FARSUL até junho de 2022 é de R$ 15.234,87/hectare e a receita bruta, atualizada para o preço médio desta semana, é de R$ 14.488,80/hectare, lucro de 5,15%. Por quê o milho dá lucro no RS e não deu no PR? Porque o RS não tem milho Safrinha (expressivo, pelo menos) e tem o segundo maior déficit de abastecimento do país, calculado, neste ano, ao redor de 5,2 milhões de toneladas, tendo que comprar o que precisa em outros estados e no exterior, encarecendo o seu preço final. Por isso, também, o preço do milho gaúcho é o segundo maior do país, atrás apenas de Santa Catarina, que tem um déficit ainda maior. Já o Paraná tem duas safras bem definidas e abundantes e, embora também tenha um parque consumidor muito expressivo, o seu quadro de oferta e demanda é mais equilibrado.
Também não vamos nos demorar muito em demonstrar que o segundo semestre de todos os anos tem uma demanda muito maior do que o primeiro, para a exportação de milho. Na semana passada já demonstramos com números que existe uma possibilidade real de que esta demanda seja significativa, maior do que dizem os números oficiais, na esteira dos problemas da Ucrânia e das necessidades extras da China. Com isto, a exportação poderá enxugar o mercado e fazer os exportadores disputarem preço com as indústrias locais, elevando-os significativamente. Nossa projeção é de que os preços podem subir cerca de R$ 20,00 sobre os preços atuais até o final do ano.
Sendo assim, nossa recomendação é a de não vender agora que os preços estão aviltados e esperar esta disputa para ir vendendo aos poucos, a níveis melhores, dentro da sua conveniência.