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Grãos 18-06-2024 | 11:17:00

Logística de grãos: como reduzir os custos com pedágio rodoviário

Thiago Cardoso




O escoamento de grãos das regiões produtoras para as agroindústrias ou para os portos se faz predominantemente pelo modal rodoviário. Estima-se que 65% dos grãos no Brasil sejam movimentados por rodovias.

Sendo assim, o alto custo dos combustíveis e dos pedágios, que somados representam até 60% do custo de transporte, tem impacto direto no valor do frete. Por isso, é essencial que o setor encontre alternativas eficientes de fazer a gestão dessas contas, visando otimizar os gastos com pedágio e buscar eficiência nas melhores rotas a serem percorridas.
Dessa forma, na tentativa de mitigar os custos logísticos, deve-se buscar meios para otimizar as rotas e aperfeiçoar a gestão das despesas com pedágio.
Quantas estradas são pedagiadas no Brasil?
O Brasil lidera o ranking mundial de concessões da malha viária à iniciativa privada. São 461 praças de pedágio distribuídas nos estados brasileiros, conforme listado na tabela abaixo. Na tabela também é possível visualizar os valores máximos e mínimos das praças de pedágio, considerando uma carreta de 6 eixos, principal veículo utilizado no transporte de grãos.
A partir dessas informações é possível observar que a passagem por praças de pedágio se faz presente em diversos fluxos de escoamento de grãos, seja em viagens até os portos ou nas rotas de abastecimento de regiões agroindustriais, evidenciando a necessidade de controle e gestão dos pedágios através de ferramentas que permitam o controle de ganhos e perdas.



Em 2023, segundo projeção da CNT, o setor de transportes gastou cerca de R$ 25 bilhões com pedágios no Brasil. O valor representa cerca de 2% do custo total do transporte no país.



Vale lembrar que embora o pedágio represente parte dos custos de transporte, sua aplicação tem como objetivo trazer benefícios como rodovias mais seguras e melhores condições para as estradas.



Impacto do pedágio no transporte de cargas



O valor do pedágio para caminhões varia de acordo com diversos fatores, como:



Eixo do veículo: caminhões com mais eixos pagam mais caro.

Distância percorrida: o custo total aumenta de acordo com a distância percorrida e o número de postos de pedágio no caminho.

Valor das tarifas de pedágio: as tarifas de pedágio variam de acordo com o estado, a região e a concessionária responsável pela rodovia.

Tipo de rodovia: o valor do pedágio pode ser diferente para rodovias federais, estaduais e municipais.



Como melhorar a gestão dos pedágios no transporte de grãos



A evolução constante da tecnologia traz inúmeras possibilidades de melhoria para o transporte de cargas, desde a segurança das operações até a gestão de frotas e, principalmente, novos meios para a redução de custos.



Um dos sistemas defendidos pela gerência de regulação rodoviária da Superintendência de Infraestrutura Rodoviária da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é o free flow, um método de cobrança de pedágio que leva em conta a distância percorrida pelo caminhão.



O funcionamento não requer praças de pedágio fixas, já que o sistema opera por sistemas instalados ao longo das rodovias. O método é capaz de fazer a identificação automática e eletrônica dos veículos, melhorando o fluxo nas rodovias e otimizando o consumo de combustível.



Estados Unidos e China utilizam o free flow há algum tempo e, no Brasil, a Lei 14.157/2021 autorizou a implantação do sistema de pagamento do pedágio por leitura de tag ou placa do veículo.

TAGS: grãos - produção grãos




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